O kaffiyeh, mais conhecido como lenço palestino, cai no gosto dos paulistanos que adoram uma novidade
O lenço palestino ganha espaço neste inverno mas, a moda agora é dobrá-lo na diagonal
A cada troca de estação, os descolados e modernos da cidade elegem uma roupa ou acessório que se espalha mais depressa que resfriado. Neste inverno, chegou a vez do kaffiyeh, lenço que parece onipresente nos closets e, sobretudo, nas ruas da cidade. Feito de fios de algodão trançados, trata-se de um velho conhecido que ganhou cara de novidade devido a uma mudança no jeito de usá-lo. Como assim? Em vez de amarrá-lo na cabeça, num look à la sheik de Agadir, a moda agora é dobrá-lo na diagonal (formando um triângulo) e enrolá-lo no pescoço. A tendência foi lançada no desfile da grife Balenciaga, em Paris, em abril do ano passado, e ganhou força por aqui nos últimos meses. “Comecei a usar o lenço porque está em alta”, diz a vendedora Aline Cavalcante, que deu pinta na última São Paulo Fashion Week, no mês passado. Classificar a peça como “afegã”, “marroquina” ou “talibã” é um verdadeiro haram (pecado, em árabe). O mais aceito é “palestino”, já que o kaffiyeh, bem comum na indumentária masculina do Oriente Médio, se tornou célebre nos anos 80 graças ao então líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat. Claro, ele colocava a peça em volta da cabeça, à moda tradicional. Apesar de ter virado mania, o acessório divide opiniões. “Em vez de usar um símbolo sem conhecê-lo direito, seria melhor optar por um lenço com estampa de florzinhas”, afirma Rita Wainer, estilista da grife 2nd Floor.