Número de mortos pela polícia cresce 22% em São Paulo
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram ainda que 70% da população brasileira não confia na polícia
A sensação de que a violência policial aumentou foi confirmada pelos números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta terça-feira (5), no Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Apenas no Estado de São Paulo, a quantidade de pessoas que morreram em confronto com policiais civis e militares em serviço passou de 461 em 2011 para 563 no ano seguinte, um aumento de 22% em números absolutos. No Brasil, pelo menos cinco pessoas são mortas diariamente pela ação policial – a taxa é superior a casos da mesma natureza em países com México e África do Sul.
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Entre as polícias, a militar é responsável pela maior parte dessas ocorrências – foram 546 vítimas da PM em São Paulo, ante dezessete da Polícia Civil.
“É um modelo falho dos dois lados, porque a polícia mata muito e morre muito também. O policial no Brasil hoje sai de casa sem saber se vai voltar. Na dúvida, puxa o gatilho”, diz Renato Sérgio de Lima, coordenador geral da pesquisa. Apesar de a quantidade de policiais militares mortos em serviço ter diminuído (de 16 para 14), o número dos que foram vítimas enquanto estavam fora do horário de trabalho cresceu: de 35 em 2011 para 79 um ano depois.
A pesquisa anual, que mostra os dados de segurança de todo o país, revela ainda que 70% dos entrevistados dizem não sentir confiança na polícia.