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Novo golpe: bandidos se vestem de pesquisadores para coletarem dados

Esquema serve para bolar falsos sequestros

Por Filipe Vilicic
Atualizado em 5 dez 2016, 19h33 - Publicado em 18 set 2009, 20h26

Há cerca de três anos, no auge dos falsos sequestros, era razoavelmente fácil identificar o golpe. O criminoso ligava para um telefone fixo qualquer, anunciava que mantinha algum parente preso e pedia o resgate. “Como ele não sabia nem o nome do familiar, a artimanha era evidente”, lembra o tenente Cleodato Moisés, chefe do atendimento 190 da Polícia Militar, que recebe quarenta chamadas diárias relatando casos desse tipo. Mas os marginais se aperfeiçoaram. “Agora, o bandido se informa antes sobre seus alvos”, diz o tenente. Detectado neste ano pela PM, o novo artifício das quadrilhas é o disfarce de pesquisador. Elas ficam em frente a cinemas, teatros, academias, cursinhos e outros locais onde se costuma desligar o celular logo ao entrar. Abordam principalmente adolescentes, dizem trabalhar para uma empresa reconhecida e, em meio a questões sobre o produto que estariam divulgando, perguntam nome, idade, telefone, endereço residencial… Com esses dados em mãos, contatam os familiares. “Quem atende entra em desespero ao perceber que a quadrilha sabe até que roupa a pessoa está vestindo”, afirma o tenente. “Para piorar, não consegue achar o suposto sequestrado.” De resgate, normalmente são pedidas pequenas quantias em dinheiro.

Para não cair na lábia dos criminosos, a primeira dica é contatar a PM, no 190. “Estamos acostumados a lidar com isso”, afirma o tenente Moisés. “Resolvemos quase todos os casos orientando quem nos liga.” Jamais atenda às exigências dos criminosos imediatamente. “Em uma situação real, a quadrilha prolonga a negociação por dias para tentar conseguir um resgate maior”, diz o consultor Hugo Tisaka, diretor executivo da National Security Academy Brasil. Também desconfie de pesquisadores que fazem perguntas pessoais. “Nunca dê informações como seu nome completo, endereço residencial e telefone de casa para desconhecidos”, recomenda Tisaka.

Como não cair na vigarice

– Ao ser abordado por um pesquisador, peça sua credencial.

– Se estiver em um local privado, como um shopping, pergunte a algum segurança se há permissão para que se façam pesquisas lá.

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– Não dê informações pessoais como nome completo, endereço residencial, RG, CPF e número de telefone.

– Evite desligar seu celular. Ao entrar em um cinema, por exemplo, coloque o aparelho no silencioso ou para vibrar e fique atento às chamadas.

– Se receber um telefonema anunciando um sequestro, entre em contato com a PM, pelo 190, antes de tomar qualquer iniciativa.

Fontes: Hugo Tisaka, diretor executivo da National Security Academy Brasil, e Polícia Militar do Estado de São Paulo

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