Continua após publicidade

Sindicância aponta falhas em mutirão de catarata que cegou 22 pessoas

"Não foram utilizadas técnicas assépticas naquele dia", afirma relatório, que foi encaminhado ao MP pela prefeitura de São Bernardo do Campo

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 19h05 - Publicado em 29 mar 2016, 22h13

A sindicância realizada para apurar as causas de complicações em pacientes que participaram de um mutirão de cirurgias de catarata em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, apontou que os instrumentos utilizados para o procedimento não foram esterilizados antes nem entre um paciente e outro. A defesa do instituto informou que não teve acesso ao relatório e não poderia se posicionar sobre o resultado.

+ Cercado por seguranças, Sergio Moro participa de jantar em São Paulo

+ Surto de gripe H1N1 causa corrida por vacina em clínicas

As cirurgias foram realizadas no dia 30 de janeiro no Hospital de Clínicas do Alvarenga pela equipe do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, que foi contratada pela prefeitura do município para prestar serviços na área de oftalmologia.

Continua após a publicidade

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo do Campo dos 27 pacientes que foram submetidos à cirurgia, 22 tiveram quadros infecciosos causados por uma bactéria e precisaram passar por remoção parcial ou total do globo ocular. Uma das vítimas morreu 20 dias depois do mutirão.

Procedimento

“Não foram utilizadas técnicas assépticas naquele dia, o que não segue as orientações de boas práticas cirúrgicas, não sendo observados procedimentos como lavagem das mãos, troca de avental cirúrgico e esterilização de materiais e, ainda, houve o compartilhamento de material perfurocortante entre os pacientes, aumentando sobremaneira a possibilidade de infecção e disseminação bacteriana entre os pacientes”, diz o relatório.

Continua após a publicidade

A apuração apontou ainda que a contaminação não está relacionada com o hospital. “A bactéria apresentava sensibilidade a todos os antibióticos testados, descartando a hipótese de contaminação por bactéria multirresistente, geralmente encontrada em ambiente hospitalar”.

A secretaria de Saúde do município informou que determinou que o relatório fosse encaminhado ao Ministério Público, à Polícia Civil e aos conselhos regionais de Medicina e de Enfermagem.

Advogado do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, José Luiz Macedo diz que o instituto não teve acesso ao relatório da sindicância e que não tinha como comentar o resultado. “Não sabemos o que levou a essa conclusão. Os procedimentos foram adotados e todos os insumos estavam dentro das regras, seguindo as orientações médicas.”

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.