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Morre Michel Etlin, empresário que lançou os bancos de investimentos no Brasil

Francês, ele teve vida repleta de aventuras: de espião na guerra contra os alemães a posto em Wall Street

Por Vinicius Tamamoto
Atualizado em 12 fev 2021, 12h50 - Publicado em 12 fev 2021, 12h47

O empresário Michel Etlin morreu no último dia 9, em São Paulo, aos 96 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Francês, ele foi o responsável por introduzir o conceito de banco de investimentos no Brasil, país onde chegou em 1954.

Nascido em Paris em 26 de maio de 1924, ele fugiu ainda adolescente para o Marrocos quando explodiu a II Guerra Mundial. Junto com o irmão,  tornou-se um espião contra os alemães em Casablanca até o ponto em que a polícia mandou prender a dupla, acusada de terrorismo.

“Eles tiveram que fugir para Havana, em Cuba, onde ficaram em quarentena”, conta o filho Jean Marc. Depois, conseguiram ir até o Canadá, onde aprenderam a pilotar avião. Em 1943, juntaram-se à RAF (Royal Air Force), na Inglaterra, e se tornaram pilotos de guerra. Durante uma operação em 1945, o irmão foi abatido pelos alemães.

Com a França destruída após a guerra, Michel Etlin decidiu ir até os Estados Unidos, onde trabalhou no Dutch-American Mercantile Bank, em Wall Street. Veio ao Brasil em 1954, ainda contratado pela instituição financeira norte-americana, mas logo passou a trabalhar por conta própria e se estabeleceu como banqueiro. 

Conheceu Suzana Nogueira Batista, nascida no Recife, mas de família cearense, no Rio de Janeiro em 1959, com quem se casou. A união completaria 60 anos em junho de 2021. Michel vivia com a família no Jardim América.

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Amante das artes, atuou como conselheiro do Museu de Arte Moderna, o MAM, e foi uma espécie de ‘patrono’ do rugby no Brasil. Ele criou uma bolsa para premiar jovens atletas promissores na modalidade, que viajam até países como Nova Zelândia, onde aprendem inglês e aprimoram a técnica dentro do rugby.

“Somos eternamente gratos a Michel Etlin, que foi um dos grandes apoiadores do nosso esporte. Apostou como poucos no crescimento do rugby brasileiro, ajudando a formar grandes atletas e melhores cidadãos. Seu nome será sempre reverenciado”, disse Martín Jaco, presidente do Conselho de Administração da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby) em nota. 

“Meu pai adorava a vida, comer, beber. Fumava 3 charutos por dia. Amava o Brasil, país que ele adotou. Teve uma vida longa, quase romanesca, um personagem que não se faz mais hoje em dia”, lembra o filho Jean Marc. Michel Etlin deixa três filhos, três noras, seis netos e a esposa, Suzana, de 96 anos.

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