Manifestações de médicos e centrais sindicais bloqueiam a Paulista
Profissionais da área de saúde lutam contra a contratação de estrangeiros sem a validação do diploma
Duas manifestações interditaram a Avenida Paulista nesta quarta-feira (3). De um lado, cerca de 1 000 médicos protestaram contra o projeto do governo federal para contratar profissionais estrangeiros para trabalhar em áreas carentes. Do outro, aproximadamente 1 500 integrantes de centrais sindicais, apoiados por integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), exigiram moradia, saúde, transporte e educação.
Os médicos saíram da sede da associação, na Rua São Carlos do Pinhal, e seguiram para o gabinete da Presidência da República, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. Lá, um grupo de manifestantes entregou um documento com as reivindicações para representantes do governo federal.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Renato Azevedo Júnior, disse que a categoria não é contra a contratação de médicos estrangeiros. Entretanto, exige a revalidação do diploma. “O médico do sistema público no Brasil não tem plano de carreira, condições de trabalho ou segurança.”
Para ele, o ideal seria o governo criar carreiras públicas. Assim, seria possível atrair jovens médicos para lugares remotos, já que com o passar dos anos eles conseguiriam a transferência para grandes centros.
Sindicalistas
Perto do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os médicos encontraram a manifestação formada por integrantes das centrais sindicais e também do MPL, que saiu da Praça Oswaldo Cruz.
Com carro de som e bandeiras, o grupo protestava contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, pedindo investimentos em moradia, saúde, transporte e educação. Por causa dos protestos, o trânsito da Avenida Paulista foi interdita nos dois sentidos.