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Em São Paulo, Malala fala sobre educação: “O poder está em nossas mãos”

A ativista paquistanesa de apenas 20 anos disse que está iniciando um projeto do setor no Brasil

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 9 jul 2018, 20h22 - Publicado em 9 jul 2018, 20h00

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, de 20 anos, esteve no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, nesta segunda (9). Mais jovem ganhadora do prêmio Nobel da Paz, ela participou de um debate sobre educação patrocinado por um banco, que durou cerca de duas horas e meia.

“No Brasil, 1,5 milhão de mulheres não podem estudar. O empoderamento feminino vem da educação”, afirmou ela, que aos 15 anos foi baleada pelo Talibã por se manifestar contra a proibição da educação para garotas. “Esse tipo de acesso não é uma ajuda individual, mas geral, da economia, da democracia…”

Ao seu lado, apareceram a escritora Conceição Evaristo; Tia Dag, da Casa do Zezinho; Tábata Amaral, cofundadora do Movimento Mapa Educação; e Ana Lucia Villela, do Instituto Alana. Malala agradeceu pelo apoio a suas lutas e afirmou que está iniciando um projeto no Brasil, primeiramente na região Nordeste, buscando ativistas locais para ajudar na empreitada educacional. “Esse será só o começo”, pontuou.

Vestida com uma bata alaranjada, lenço azul na cabeça e sandália de salto, foi tratada como heroína – mas acabou mais ouvindo, do que falando. Dona de uma voz serena, abordou temas como igualdade, leitura, diversidade e a importância de criar vínculos.

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(Carolina Giovanelli/Veja SP)

“Muita gente da minha escola queria ser ouvida. Eu não sou mais inteligente do que aquelas meninas. A diferença na minha história é que meus pais não me pararam”, comentou a respeito das restrições criadas a mulheres em sua terra natal, principalmente por pais e maridos.

Quando perguntada sobre a frustração com a política atual, rebateu: “O poder está em nossas mãos. Eleja pessoas que te representem bem. Precisamos sempre relembrar os políticos que eles são responsáveis pelo povo.”

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A jovem – que elogiou ainda a água do Brasil (“é diferente da de Londres”, cidade onde mora) – inspirou toda a plateia: “Seja confiante, acredite em si mesmo. Quando começamos algo, não vemos o resultado logo de cara. Precisamos continuar tentando ser ouvidos. Depois de muita luta, consegui ser ouvida. A voz de cada um tem o poder de trazer mudanças.”

Questionada como reage ao sentir raiva, diante de um mundo tão caótico, afirmou: “A raiva te faz perder energia. A mensagem acaba perdida. Transmitida de uma maneira pacífica, a mensagem é poderosa.”

(Carolina Giovanelli/Veja SP)

 

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