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Livro em formato de LP traz dados curiosos de discos que marcaram época no país

O baterista dos Titãs, Charles Gavin, lança livro com histórias, fotos e capas curiosas dos discos mais marcantes do país entre 1929 e 2007

Por Daniel Nunes Gonçalves
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Os ingressos do filme Titãs – A Vida Até Parece uma Festa, que será exibido na 32ª Mostra Interna-cional de Cinema nos dias 28, 29 e 30 (veja resenha na pág. 166), devem ser disputados pelos fãs do grupo Titãs. Os admiradores da música brasileira também têm endereço certo para prestigiar outro titã na noite de quinta (30). A Livraria Cultura da Avenida Pau-lista será o palco do lançamento do livro 300 Discos Importantes da Música Brasi-leira, do baterista Charles Gavin. As 436 páginas em formato de LP compilam histórias, fotos e capas curiosas de discos que marcaram época no país entre 1929 e 2007. Com design de livro de arte e preço de 230 reais, a obra da Editora Paz e Terra, que inclui CDs de Moreira da Silva e Elza Soares, será vendida exclusivamente na rede Cultura e terá parte da renda revertida ao Instituto Sou da Paz. Há registros de preciosidades nacionais produzidas em todos os gêneros, de A a Z, ou de Adoniran Barbosa a Zeca Pagodinho.

“Quando descobri, treze anos atrás, que raridades do samba-jazz brasileiro só podiam ser compradas de colecionadores japoneses, decidi me engajar nesse projeto”, conta Gavin. “Como faz quem é apaixonado por música e não encontra os discos antigos ou as informações sobre eles?”, questiona, lembrando dos encartes dos saudosos vinis e dos CDs, que perderam espaço com a popularização do MP3. Em 1998, Gavin convenceu a Warner, então gravadora dos Titãs, a resgatar dois discos do Secos & Molhados. Sua boa idéia vendeu mais de 60?000 cópias, ele gostou da garimpagem e propôs tirar do limbo bolachões fora de catálogo também em outras cinco gravadoras. Resultado: tornou-se o responsável por mais de 450 relançamentos de títulos raros no formato de CD. Entre eles, vinte discos do selo Elenco, com artistas como Nara Leão, Lúcio Alves e Dick Farney.

Tão fanático por listas como o escritor inglês Nick Hornby, do livro e do filme Alta Fidelidade, Gavin só chegou às 300 obras indispensáveis de seu novo livro após mergulhar em discussões com os escritores convidados, os jornalistas especializados em música Tárik de Souza, Carlos Calado e Arthur Dapieve. Cinco delas foram destacadas por ele para ilustrar esta reportagem, uma de cada capítulo, editado cronologicamente. “Foi difícil escolher apenas 300 discos”, afirma. Para que alguns clássicos não ficassem de fora, ele acrescentou nas páginas finais a relação de álbuns que foram votos vencidos. Além dos autores, participaram das acaloradas discussões por e-mail e das noitadas de audição colaboradores como Caetano Rodrigues, um fanático por vinis que Gavin conheceu nas garimpagens de sebos do centro, da Rua Augusta e de Pinheiros. Rodrigues foi co-autor da primeira compilação semelhante de Gavin, Bossa Nova e Outras Bossas – A Arte e o Design das Capas dos LPs, lançada em 2005. A experiência rendeu ao titã o convite para ser um dos curadores da Mostra Bossa’50, que ficou em cartaz no prédio da Bienal, no Ibirapuera, até agosto.

“O Charles é obcecado pela pesquisa musical”, afirma o parceiro Tárik de Souza. “Pouca gente luta assim para evitar que bons discos continuem mortos nos arquivos das gravadoras.” O acervo pessoal do titã inclui mais de 5?000 vinis e 10?000 CDs. “Ele encontra discos incríveis que estavam mofando nos sebos mais estranhos”, afirma o guitarrista Tony Bellotto, seu colega de banda. “Gavin pirou ao achar um disco de 1972 do Jorge Ben com o Trio Mocotó que só tinha sido lançado no Japão e não custa menos de 600 reais”, conta Carlos Gaudy Silveira, dono do sebo Disco Sete, na Rua Sete de Abril. O resultado de tanta dedicação pode ser conferido nos outros projetos paralelos desse baterista que estuda baixo há três anos. Gavin mantém seu programa de rádio na Eldorado, Quintessência, às 20 horas das quintas-feiras, e o de televisão no Canal Brasil, às 21h30 das sextas. E ainda encontra tempo para gravar o 16º álbum dos Titãs e para viajar o Brasil em turnê. Só no último ano, foram mais de 120 shows.

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