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A trajetória de sucesso de Laura Muller, sexóloga do Altas Horas

Desde 2007 no ar, a hoje psicóloga, escritora e palestrante já foi atleta e jornalista e é tietada por policiais na rua e agentes em aeroportos

Por Betina Neves
23 jun 2017, 18h06

Sozinha em seu carro, a mulher é parada em uma blitz por volta das 11 horas em um semáforo nas imediações da Rua Sena Madureira, na Vila Mariana. Já se preparava para mostrar a carteira de habilitação quando percebeu que, na verdade, o grupo de cinco policiais a havia reconhecido e queria tietar. “Um amigo está com dúvidas sobre a relação com a namorada e pediu para eu fazer algumas perguntas”, brincou um deles. Ela ficou ali durante cerca de quinze minutos batendo papo e acabou sendo liberada.

Em outra ocasião, uma agente na fila do raio X no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, falou com ela para tentar resolver sua dificuldade em ter orgasmos. Laura Muller, de 47 anos, já se habituou a ser abordada pelo público e tira de letra esse tipo de situação. A carreira na televisão a transformou em celebridade e rendeu experiência suficiente para enfrentar qualquer tipo de saia-justa.

Com um quadro cativo desde 2007 no programa Altas Horas, está acostumada a ouvir questões e depoimentos bem mais cabeludos de adolescentes e artistas. Há duas semanas, a cantora Wanessa Camargo defendeu no ar as propriedades do esperma como fixador de cabelo. Pouco antes disso, Simone, que faz dupla sertaneja com a irmã Simaria, disparou: “Gostaria de saber se tem alguma forma que facilite para a gente ‘dar a roda’ ”.

Laura Muller: tietada por fãs na rua (Leo Martins/Veja SP)

Depois de soltar uma boa gargalhada, a sexóloga da Rede Globo disse que existem, sim, boas técnicas para ajudar no momento da penetração anal. Em seguida, passou a discorrer sobre o tema. “Ela é muito bem informada e segura”, elogia o apresentador Serginho Groisman. “As pessoas capricham nas perguntas para ver se conseguem desmontá-la, mas não conseguem.”

Mineira de Juiz de Fora, Laura mora em São Paulo desde o fim da década de 80. Desembarcou na capital depois de assinar contrato para jogar vôlei no Clube Pinheiros. A atacante de ponta, de 1,77 metro, chegou a figurar na seleção paulista, ao lado de craques da época como as levantadoras Fernanda Venturini e Fofão. Cansou da rotina frenética das quadras e largou a atividade para cursar jornalismo.

Passou por alguns veículos até assumir, no fim dos anos 90, a editoria de sexo da revista CLAUDIA, da Editora Abril. “Na época, já escrevia sobre comportamento, mas não tinha experiência no tema”, lembra. Para dar conta do desafio, resolveu estudar seriamente o assunto, fazendo uma pós-graduação na área na Faculdade de Medicina do ABC.

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Quem a levou para o Altas Horas foi o próprio Serginho Groisman, que também é diretor-geral da atração. No começo, ela sofreu um pouco para se adaptar às câmeras. Hoje, fica completamente à vontade nos estúdios. Falar de forma franca sobre sexo na TV está longe de ser uma novidade nas grades de programação.

Ao lado de Marcos Faria no Carnaval: dificuldade para namorar (João Batista Jr./Veja SP)

Mas Laura achou um bom meio-termo entre o tom professoral de Marta Suplicy no TV Mulher, na década de 80, e a linha de figuras desbocadas que surgiram mais recentemente, como Penélope Nova, na MTV, entre 2004 e 2007.  “Ela responde de maneira explicativa e simples, mas com embasamento científico”, elogia a psicóloga Ana Canosa, diretora da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana.

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Fora da telinha, a profissional se desdobra em outros trabalhos. Os seis livros que escreveu, sendo o mais recente deles Sexo para Adultos, de agosto do ano passado, venderam, juntos, mais de 100 000 exemplares. Formada também em psicologia, atende três vezes por semana em seu amplo consultório nos Jardins, com fila de espera de até dois meses. Fora isso, ministra cerca de 120 palestras por ano para até 5 000 pessoas por vez em escolas, empresas e congressos.

Cobra, segundo estimativa de mercado, 17 000 reais por evento, valor que Laura não confirma. No momento, prepara-se para montar uma grade de minicursos on-line em seu site, com previsão de lançamento em 2018.

Ironias da vida, a sexóloga mais famosa e bonita do país vive recebendo cantadas na rua. Terminado um casamento de dezesseis anos, não teve mais romances longos. Ficou um tempo com o sertanejo Victor Chaves, da dupla Victor & Leo, e, mais recentemente, apareceu ao lado do artista plástico Marcos Faria.

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Hoje, a única companhia em seu apartamento nos Jardins é Kiko, seu cão de estimação. “Minha profissão ao mesmo tempo atrai e intimida os homens”, teoriza. “O que as pessoas precisam entender é que meu conhecimento é teórico, não sou nenhuma deusa do sexo”, completa, bem-humorada.

Questões cruéis

Algumas das perguntas mais curiosas que surgiram no programa até hoje

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Um amigo pediu para perguntar se saliva de cachorro em excesso faz mal para o pênis. Estudante da plateia. Mal para a saúde não faz, mas é nojento, né, gente?

A posição 69 pode causar conjuntivite? Garoto que estava no auditório. É difícil, porque essa posição é do sexo oral mútuo, e o negócio é na boca, e não no olho.

Você não gostaria de namorar comigo para passar sua experiência? Pedro, 16 anos, que estava na plateia. Eu tenho 46 anos (na época) e você, 16. É uma diferença muito grande, e cada um precisa ficar na sua praia.

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Se a mulher ficar de cabeça para baixo após o sexo, ela engravida mais fácil? Bruno Gagliasso, ator. Segundo os médicos, isso é mito.

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