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Inspeção veicular: apenas 2,7% dos carros reprovados

Apesar do baixo índice de reprovação na vistoria ambiental obrigatória, frota paulistana não vai bem

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h31 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Com a justificativa de que não quer aumentar o número de automóveis que rodam por São Paulo sem pagar impostos nem multas, a prefeitura decidiu deixar os carros fabricados antes de 2003 de fora da inspeção ambiental, iniciada no último dia 2. Veículos movidos a diesel e motocicletas não tiveram o mesmo privilégio. Estes, independentemente do ano em que saíram das montadoras, têm de passar por uma das sete estações de vistoria espalhadas pela cidade. Entre os caminhões, vans e ônibus a diesel avaliados, 35,8% não passaram nos testes de emissão (veja quadro abaixo). Com relação às motos, esse índice foi de 21,4%. Os carros, como era de esperar, tiveram melhor desempenho. Apenas 2,7% voltaram para casa sem o selo de aprovação no para-brisa. “A partir de 2003, as montadoras adotaram normas mais restritivas de emissão de poluentes, o que explica a baixa reprovação”, afirma o professor de engenharia mecânica da Escola Politécnica da USP Marcelo Alves.

Uma inspeção não obrigatória realizada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) em parceria com o site Webmotors mostra resultados diferentes. Além de vistoriarem gratuitamente pneus, freios e motor, técnicos medem a emissão de dióxido de carbono, enxofre e hidrocarbonetos. Dos 713 veículos que passaram pela estação, na Barra Funda, entre outubro do ano passado e janeiro, 74 poluíam acima do limite permitido. Desses, 89% foram fabricados até 2002. Eles representam justamente a frota que ficou de fora da vistoria municipal. “Isso mostra que os carros mais velhos deveriam ser incluídos no programa”, diz o engenheiro de segurança veicular Alexandre Benedito Novaes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Para evitar que eles engrossem a frota clandestina, a medida poderia ser educativa e não punitiva.” Não bastassem contaminar o ar, os carros antigos e malconservados são os mais propensos a sofrer avarias – e falhas de segurança. Na inspeção do site Webmotors, 98% dos veículos acima de sete anos apresentaram algum defeito. Entre os mais novos, o índice caiu para 82%. Ou seja, os veículos que mais poluem, mais enguiçam e mais podem causar acidentes continuam perigosamente à solta por aí.

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