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Infância bandida: 12 anos de idade, dez vezes detido, seis carros furtados

Entenda a história de um garoto com uma extensa ficha criminal

Por Filipe Vilicic
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

No último dia 2, por volta das 22 horas, um carro modelo Verona foi furtado na Avenida Interlagos. Pouco depois da meia-noite, policiais militares começaram a perseguir o automóvel, que circulava em alta velocidade pela Avenida Robert Kennedy. Quando eles se aproximaram, o motorista acelerou ainda mais e tentou fugir. Só parou quando colidiu com uma das viaturas em seu encalço. Poderia ser mais um caso banal, considerando que cerca de 2?000 veículos são furtados e outros 3.000 são roubados por mês na cidade. Mas o que torna essa ocorrência surpreendente é o perfil do ladrão por trás do crime: uma criança mirrada, de apenas 12 anos, com 1,40 metro de altura. Suspeito do assalto, o menino alega ter somente pegado carona com um amigo, de 17 anos, que confessou o delito. Em depoimento, a dupla diz que iria utilizar o carro para “dar um rolé”.

Não é a primeira infração do menor. Em sua ficha policial constam outras nove ocorrências: seis por furto (cinco carros e uma farmácia), uma por dirigir sem habilitação, uma por desacato e atentado ao pudor e outra por fugir de uma instituição assistencial. Em agosto do ano passado, ele foi detido por guardas civis metropolitanos no bairro de Campo Grande. “Vi um Gol passando velozmente por uma rua estreita e mal dava para ver quem estava dirigindo”, lembra o guarda Waldeci Bento da Silva. “Tomei um baita susto quando o garotinho desceu do veículo.”

Apesar da série de delitos, o menino só foi parar uma vez na Fundação Casa (ex-Febem), em dezembro. Ficou por lá apenas três dias, antes de ser encaminhado a um abrigo, de onde fugiu. Como o Estatuto da Criança e do Adolescente não prevê prisão para menores de 12 anos, ele se livrou de sete de suas dez infrações por tê-las cometido antes dessa idade. Seu comportamento, no entanto, é de malandro escolado. Abusa de gírias da bandidagem, lidera quadrilhas com rapazes mais velhos e gaba-se de seus feitos. Não frequenta escola e mora com os pais, uma doméstica e um auxiliar de limpeza, em Jardim Ubirajara, região pobre da Zona Sul. A mãe já foi incriminada por receptação de produtos roubados e por assalto. Hoje, o garoto responde a três processos em liberdade. “Se não tomarmos providências agora, teremos um bandido perigoso no futuro”, afirma o juiz Iasin Issa Ahmed, da Vara da Infância e Juventude de Santo Amaro. “O ideal seria interná-lo em um colégio distante da família, que aparenta ser uma má influência.”

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