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Idosa em situação análoga à escravidão é resgatada em bairro nobre de SP

A empregada não recebia salário desde 2011 e não tinha acesso ao banheiro; Empregadora era executiva da Avon, mas foi desligada após denúncia

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 jun 2020, 21h12 - Publicado em 26 jun 2020, 17h22

Uma idosa de 61 anos trabalhava como empregada doméstica em situação análoga à escravidão em uma casa no Alto de Pinheiros, bairro nobre da Zona Oeste de São Paulo, e foi resgatada pela equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ela não recebia salários desde 2011, não tinha férias nem 13° salário. A empregadora, Mariah Corazza Üstündag, 29, era gerente de marketing da Avon. A empresa anuncionou a demissão de Mariah após denúncias de violação dos direitos humanos.

O Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT) solicitou o mandado de busca e apreensão e relatou que a idosa estava sendo vítima de agressão, maus-tratos, constrangimento, tortura psíquica, violência patrimonial e exploração do trabalho pelos empregadores. A inspeção foi motivada por denúncias de vizinhos pelo Disque 100. A vizinhança a ajudava com alimentos e itens de higiene e foram relatados episódios de discussão e de omissão de socorro.

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Mariah, presa em flagrante, foi liberada após pagar fiança de 2.100 reais.

Ao chegarem à residência, os policiais encontraram a empregada doméstica morando em um depósito de tralhas e móveis no quintal da casa, dormindo em um sofá velho, sem receber alimentação, sem acesso a banheiro e sem salário regular. A doméstica trabalhava para a família desde 1998 e em 2011, segundo depoimentos colhidos, a casa em que morava foi interditada e a patroa ofereceu para que ela fosse morar na casa de sua mãe, onde ficou cerca de cinco anos.

(MTP/Divulgação)

Mariah, filha da primeira patroa, e o marido mudaram para a casa de Alto de Pinheiros. A doméstica se revezava para limpar as duas casas e a executiva passou a pagar 250 reais em dinheiro à idosa.

Em 2017, a casa da mãe da patroa foi vendida e a doméstica passou a morar no depósito no quintal da casa em que Mariah mora. Desde o começo da pandemia, os patrões não permitiram mais a sua entrada na casa, tendo sido mantido trancado o quintal e o banheiro, impedindo que a vítima realizasse suas necessidades sanitárias. Para o banho, a idosa usava um balde e caneca.

A procuradora do MPT Alline Pedrosa Oishi Delena entrou com ação cautelar contra os três empregadores pedindo pagamento imediato do valor correspondente a um salário-mínimo por mês à vítima até o julgamento final do processo. Além disso, solicitou à Justiça do Trabalho a expedição do saque de seguro-desemprego da vítima e o bloqueio do imóvel para futuro pagamento de verbas trabalhistas e indenizações.

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