Hélio Oiticica ganha retrospectiva trinta anos após sua morte
'Museu É o Mundo' tanto faz uma homenagem aos trinta anos de morte de Oiticica quanto promove uma ressurreição simbólica de sua produção após o incêndio
Cada vez mais admirado e influente no Brasil e no exterior, com direito a obras nas prestigiadas coleções da Tate Modern, em Londres, e do MoMA, em Nova York, o carioca Hélio Oiticica (1937-1980) ganha agora uma relevante retrospectiva de sua carreira. Composta de mais de 100 peças, Museu É o Mundo tanto faz uma homenagem aos trinta anos de morte de Oiticica quanto promove uma ressurreição simbólica de sua produção após o incêndio que ameaçou consumir parte dela em 16 de outubro de 2009, no Rio de Janeiro. Felizmente, o estrago do incidente não foi tão grave como o anunciado pela família no primeiro momento.
A maioria dos trabalhos ocupará o Itaú Cultural — as exceções são alguns Penetráveis instalados na Pinacoteca, Casa das Rosas, Parque do Ibirapuera, Parque Mário Covas e Teatro Oficina. Toda a trajetória do polêmico artista será revisitada, desde os desenhos da série Metaesquemas, realizados na juventude, até criações maduras, caso dos Parangolés, Bólides e dos próprios Penetráveis. Textos de Oiticica cumprem o papel de fio condutor da montagem. “É impossível dissociar o processo criativo dele dos escritos e reflexões”, diz Fernando Cocchiarale, curador da mostra ao lado de Cesar Oiticica Filho, sobrinho de Hélio. “Sem aderir a modelos ou escolas, ele formulou questões essenciais da contemporaneidade, a exemplo da fusão de arte e vida e da conversão do espectador em participante.”
Hélio Oiticica. Itaú Cultural. Avenida Paulista, 149, tel. 2168-1776. Terça a sexta, 9h às 20h; sábado, domingo e feriados, 11h às 20h. Grátis. Até 16 de maio. A partir de domingo (21).