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Governo acusa Kim Kataguiri e Mamãe Falei de invadirem hospital em Guarulhos

Comitiva de parlamentares diz ter feito vistoria pacífica no Hospital Geral de Guarulhos nesta sexta-feira (16)

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 abr 2021, 17h53 - Publicado em 17 abr 2021, 15h59

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e os deputados estaduais Ricardo Mellão (Novo-SP) e Arthur do Val (Patriotas), o Mamãe Falei, estiveram no Hospital Geral de Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde desta sexta-feira (16). A presença dos parlamentares na unidade foi tratada pela gestão de João Doria (PSDB) como uma “invasão que colocou em risco pacientes e profissionais da saúde”. As informações são da Folha.

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Os parlamentares chegaram ao hospital, administrado pela Secretaria Estadual de Saúde, por volta das 15h51 de sexta. Toda a movimentação da comitiva foi registrada pelas câmeras de segurança da unidade hospitalar e publicada nas redes sociais do governo paulista.

As imagens mostram os parlamentares de máscara no rosto acompanhados de seus assessores, que gravaram a presença deles já no interior da unidade. De acordo com o comunicado do governo de São Paulo, os parlamentares “invadiram o pronto-socorro e tentaram acessar à força a área restrita do hospital para atendimento a casos graves de Covid-19”.

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A comitiva formada por Kataguiri, Mellão e Arthur do Val, segundo o hospital, também promoveu aglomerações e causou riscos à equipe e aos pacientes numa área onde só é permitida a circulação de profissionais da área da saúde.

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O governo Doria criticou a postura dos parlamentares porque ela “destoa do que é esperado de autoridades públicas, que deveriam ser exemplo e zelar pela segurança da população, principalmente em tempos de crise sanitária global”. “Todos os serviços estaduais de saúde seguem protocolos sanitários e de prevenção contra o novo coronavírus, que devem ser respeitados por qualquer pessoa. Além disso, estão permanentemente à disposição das autoridades”, diz, por nota, o governo Doria.

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Em resposta aos questionamentos feitos pela Folha, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que a visita dos parlamentares não foi agendada e que a direção do hospital optou por não registrar um boletim de ocorrência na polícia sobre o fato porque “priorizou o diálogo para resolver a situação”.

O Hospital Geral de Guarulhos contava, até esta sexta, com 60 pacientes internados em estado grave por causa das complicações da Covid-19 —sendo 27 em enfermaria e 33 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Trata-se, portanto, de um ato de desrespeito não apenas com os profissionais da saúde que ali atuam, mas também com as vítimas da doença e seus familiares”, diz a nota da pasta da Saúde.

Visita ao hospital foi pacífica, diz deputado

O deputado estadual Arthur do Val, que conduziu a fiscalização acompanhado de Kataguiri e Mellão, além do vereador de Guarulhos Lucas Sanches (PP-SP), nega que a visita ao hospital tenha sido tumultuada. Em esclarecimento compartilhado nas redes sociais, ele afirmou que a comitiva foi bem recebida e que, ao final, fez uma salva de palmas em homenagem ao bom trabalho dos profissionais de saúde desempenhado no local.

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“Em nenhum momento nós usamos de grosseria, de violência”, disse. O parlamentar ainda nega que a fiscalização tenha adentrado áreas destinadas à UTI e ao tratamento de pacientes com Covid-19. “Em nenhum momento, quando eles disseram ‘aqui não pode entrar’, nós entramos”, disse em vídeo.

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“O que a gente quer com isso? Em primeiro lugar, fazer o que o [presidente Jair] Bolsonaro não faz, que é fiscalizar. Em segundo lugar, mostrar como devem ser feitas as fiscalizações. Não é pela porta, não é chegando lá igual vândalo. Não. De maneira calma, sensata, educada, com respeito a esses profissionais”, continuou.

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Imagem de câmera de segurança mostra quatro pessoas entrando em hospital.
Imagens das câmeras de segurança mostram comitiva de parlamentares no Hospital Geral de Guarulhos. (Reprodução/Reprodução)

O pronunciamento foi compartilhado por Kim Kataguiri. “Hoje lamentavelmente fomos acusados pela Secretaria de Saúde de SP de ter invadido um hospital público em Guarulhos. É bizarro que, no meio de uma pandemia, a pasta dedique seu tempo para espalhar mentiras na internet”, comentou o deputado federal.

À Folha, Arthur do Val afirma que a divergência entre sua versão e a da secretaria é fruto de “má intenção”. “Eles sabem que estão sendo fiscalizados e partem para uma tática de guerra. O PSDB faz isso o tempo todo. Mas em breve a gente vai saber a verdade, que eu vou postar o vídeo inteiro e aí todo mundo vai saber o que aconteceu”, diz o parlamentar, que não foi procurado pela pasta para prestar esclarecimentos.

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Por meio de nota, o deputado Ricardo Mellão endossa Arthur do Val. “A visita se restringiu a conferir o prontuário de presença dos médicos, o atendimento à população e os itens do almoxarifado. Tenho como rotina de trabalho como deputado fiscalizar equipamentos públicos, como já fiz em diversas ocasiões”, diz. “Entendo que visitas-surpresa geram desconforto, peço desculpas pelo mal-entendido, faço um elogio ao trabalho dos profissionais do hospital e lamento a forma como o episódio foi tratado pela secretaria da Saúde”, segue Mellão.

No ano passado, as invasões a hospitais públicos e de campanha chegaram a ser estimuladas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que também defendeu a realização de filmagem das instalações. Na capital paulista, cinco deputados estaduais invadiram o hospital de campanha no Anhembi, causando tumulto no local. O episódio também se repetiu no Hospital Estadual Dório Silva, na região metropolitana de Vitória (ES), e em um hospital de campanha no município de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

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