Banda Golpe de Estado grava CD em comemoração aos 30 anos
Com a participação de Catalau, banda toca neste sábado (9) em São Paulo

A banda Golpe de Estado, referência do hard rock paulistano, vai comemorar os trinta anos de carreira com a gravação de um CD ao vivo, neste sábado (9), a partir das 19h, no Clash Club, (9) na Zona Oeste.
O show, com ingressos a partir de 40 reais, vai contar com a participação do ex-vocalista André Catalau, que deixou a banda em 1997 devido ao seu vício em drogas, e do guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura.
Após passar por dezenas de internações e sem consumir entorpecentes há dezessete anos, Catalau mora em Boiçucanga, no Litoral Norte, onde atua como pastor da igreja evangélica Bola de Neve.
Em outubro do ano passado, quando a banda se reuniu no mesmo local onde tocará neste sábado, o ex-vocalista do Golpe de Estado concedeu uma entrevista a VEJA SÃO PAULO, em que falou sobre a vida longe das drogas.

– Como foi largar o vício?
Larguei a banda em 1997 porque eu estava atrapalhando todo mundo, estava pirando mesmo. Eu ficava bêbado, chapado, louco, faltava a shows, a entrevistas, entrava no palco sem saber as letras. Perdi outros dois irmãos por conta disso. Depois de ser internado várias vezes, conheci a clínica evangélica Novo Amanhecer, em Cotia. Era uma internação, mas com a uma parte espiritual mais acentuada. Agora já estou livre há dezessete anos.
– E como você virou pastor?
Foi um amigo que me apresentou a Bola de Neve em 2000. Ele me reconheceu andando pelas ruas do bairro de Perdizes e me convidou. Eu já não aguentava mais essa escravidão por causa das drogas e queria justificar minha existência na terra. Me mudei para São Sebastião e durante cinco anos fiquei dormindo num quartinho nos fundos da igreja. Virei pastor e ajudei a construir ao menos cinco igrejas em todo o Litoral Norte, Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela. Ajudo de jovens a adultos, com vários problemas, inclusive vício em drogas.
– Quais são as principais lições?
Sair do vício é um esforço, uma luta grande para caramba. Tive o prazer de participar de um centro de recuperação que foi casca grossa, onde só sobrevive os fortes. Foi uma “faculdade” muito boa, que me fez homem mesmo.
– E como fica o rock nessa história toda?
Eu acho que o rock acabou. O hard rock de raiz tem seus representantes das antigas, mas o que se vê hoje não dá para dizer que é rock, é pop. Mas há coisas mais novas e boas. Tenho ouvido muito rock cristão e new metal, como o P.O.D.
Gravação do CD ao vivo do Golpe de Estado
Quando: 10 de junho – sábado, às 19h
Onde: Clash Club – Rua Barra Funda, 969
Informações: https://www.clubedoingresso.com