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Arthur Nory quebra silêncio de cinco anos e admite racismo contra colega

Angelo Assumpção, atualmente sem clube, foi vitima de preconceito em 2015

Por Agência Brasil
Atualizado em 1 set 2020, 12h30 - Publicado em 1 set 2020, 12h28

O ginasta Arthur Nory quebrou um silêncio de cinco anos e se pronunciou sobre as injúrias raciais dirigidas ao então colega de seleção brasileira Angelo Assumpção. Na ocasião, vazou na internet um vídeo feito durante um período de treinamentos em Portugal, em que Nory e os também ginastas Fellipe Arakawa e Henrique Flores, fazem comentários relacionados à cor da pele de Ângelo, que é negro. “O celular quebrou. A tela, quando funciona, é branca. Quando estraga é de que cor? Preta. O saquinho de supermercado é branco. O do lixo? É preto”.

Em depoimento publicado no Instagram nesta terça-feira (1), Nory reconheceu que, ao contrário do que disse em 2015, o caso não se tratou de uma “brincadeira”.

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Há 5 anos, eu trazia à tona através de uma rede social uma imbecilidade, achando que era uma simples brincadeira engraçada. A rotina de anos, coloca a gente numa bolha. Numa maldita bolha. A gente acaba sendo “educado” a coisas sem perceber. Expus um amigo, uma amizade de 15 anos numa total falta de noção. Os anos passaram, e a falta de entendimento junto a ideia do “é melhor ficar calado”, andaram um tempo comigo. As vezes a gente demora pra fazer muita coisa na vida. Tô aqui porque já passou da hora de me expor pelas minhas próprias palavras, que não são as melhores, mas são as que eu to construindo. Ou melhor, desconstruindo. Um ato de preconceito só precisa de uma oportunidade pra acontecer. Enquanto a gente tiver medo de assumir a ignorância, qualquer um de nós pode estar machucando alguém, mesmo sem perceber. Passo a passo, eu quero ser um cara melhor.

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“A partir do momento que foi quebrada essa bolha, que eu tomei a consciência e fui entender a proporção que atinge, eu me envergonho, eu me envergonho bastante. Eu tinha duas escolhas: continuar cometendo [a injúria], achando que era brincadeira, e hoje entendo que não é uma brincadeira, ou mudar, buscar aprender com aquilo. E foi isso. Foram cinco anos guardando esse erro. Isso não pode se repetir, principalmente nas próximas gerações, principalmente no esporte, onde você acaba se tornando uma referência para os outros”, declarou.

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“Que esse exemplo, que aconteceu comigo lá atrás, não seja algo ser seguido, mas, para ser olhado, tratado e bem orientado para desconstruir tudo isso que existe nessas bolhas. A primeira coisa é reconhecer. Foi quando entendi a gravidade. Procurei o Angelo, em três momentos, para pedir o perdão dele. Eu sei que é um direito do Angelo me perdoar ou não, mas é obrigação minha aprender com meu erro, buscar conhecimento, a me tornar uma pessoa melhor e principalmente me desconstruir”, completou o ginasta.

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