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Gestão Doria reduz ação comunitária da Guarda Civil Metropolitana

Prefeitura vem aumentando ações repressivas contra camelôs e pichadores e também as de zeladoria de monumentos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 23 abr 2017, 10h11 - Publicado em 23 abr 2017, 09h54

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) reduziu as ações comunitárias e aumentou as ações repressivas contra camelôs e pichadores no começo do governo de João Doria (PSDB). Dados obtidos pelo Estado, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostram que o crescimento das apreensões de mercadorias de camelôs ou em “rolezinhos” foi de 399% em janeiro e fevereiro de 2017. Ao mesmo tempo, o Criança Sob Nossa Guarda e o Programa de Pessoas em Situação de Vulnerabilidade caíram 96% e 84% no período, em comparação com o mesmo período de 2016.

A Secretaria de Segurança Urbana informou que a redução das ações comunitárias é causada por férias escolares – as aulas começaram em 6 de fevereiro – e reformulação da atuação da Prefeitura na região da Cracolândia, “tendo em vista que o novo projeto chamado Redenção terá atuação de 44 órgãos e atingirá todas as esferas: municipal, estadual e federal”.

Criado em 2002, o Criança Sob Nossa Guarda é um programa de atividades recreativas, esportivas e culturais em que os guardas apresentam às crianças temas como a prevenção de acidentes domésticos, educação ambiental e de trânsito, civismo e direitos humanos. Só 210 ações aconteceram em janeiro e em fevereiro – média de 105 por mês, ante média mensal de 2.832 em 2016 – 33.989 em todo o ano passado.

Outro programa social da guarda, o Grupo de Prevenção a Álcool e Drogas (Gepad), teve um aumento médio mensal de 28% de atendimentos apesar das férias. Também não diminuíram as rondas escolares – segundo a secretaria, cresceram 50% no período.

Efetivo – A mudança da forma de atuação da Guarda afetou ainda a Inspetoria de Redução de Danos (IRD), que trabalha na Cracolândia. É ela a responsável pela maioria dos atendimento das chamadas “pessoas em situação de vulnerabilidade” – moradores de rua e usuários de crack. Contava com 278 agentes no dia 1.º de janeiro e passou a ter 158 no dia 4 de abril, uma redução de 43% no efetivo.

O efeito na região pode ser sentido pelo número de roubos e furtos registrados pela delegacia da área, o 3.º DP (Santa Ifigênia). Enquanto a capital relatou aumento de 3% nos roubos e 12,4% nos furtos em janeiro e em fevereiro na comparação com o ano passado, na região do 3.º DP o crescimento foi de 8,2% e 35 8%, respectivamente. A Polícia Militar informou que seu efetivo se manteve o mesmo na área. “Claro que nós, os moradores e comerciantes da região, sentimos a diminuição do efetivo da Guarda”, afirmou o comerciante Fábio Fortes, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Santa Cecília.

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Criada em setembro de 2016, a IRD atuava em conjunto com o programa De Braços Abertos, da gestão Fernando Haddad (PT). Além da reestruturação da atuação da Prefeitura na área, a secretaria informou que a retirada de efetivo da região é parte de “ajustes que atendem a uma nova dinâmica operacional da atual gestão”.

Ao mesmo tempo, o comando da Guarda aumentou o efetivo das inspetorias da Paulista – de 119 para 164 guardas – e da Consolação – de 166 para 219. As duas, ao lado das Inspetorias da Sé e de Operações Especiais, foram responsáveis pela proteção de eventos como o Carnaval e pelo aumento de apreensões de mercadorias de camelôs – incluindo ação do Programa Marginal Segura, para evitar ambulantes nas Marginais.

Vigilância – Além de aprender mercadorias, outra nova atividade da Guarda é a vigilância de monumentos, como o em comemoração à imigração japonesa, feita por Tomie Ohtake na Avenida 23 de Maio. O objetivo ali é impedir a ação de pichadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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