Nascido no Rio de Janeiro, criado em Curitiba e radicado em São Paulo, o diretor Felipe Hirsch, de 37 anos, já trabalhou com os maiores nomes da cena teatral, entre eles Paulo Autran (1922-2007), Marco Nanini e Fernanda Montenegro. Na sexta (26), lança-se como cineasta no filme ‘Insolação’ e também estreia no Teatro Popular do Sesi a peça ‘Cinema’. Em vez de atores tarimbados, sua nova montagem no palco reúne quinze jovens intérpretes, a maioria entre 20 e 30 anos.
É mais fácil dirigir atores pouco experientes?
Sem dúvida. Ficamos quarenta dias completamente isolados em Curitiba, trabalhando das 2 da tarde até a meia-noite. Optei por uma direção para sensibilizar cada um, acender a energia de cada um. Fazer isso com um artista consagrado é muito mais difícil. Quase todos chegam armados, trazem mais repertório e nem sempre se entregam por completo.
Como foi a escolha do elenco?
Abrimos uma divulgação pequena, uma notinha no jornal, um pouco pelo Orkut, pelo Twitter. Foram 1 500 inscrições que peneiramos para noventa e, posteriormente, para vinte — até chegar aos quinze titulares. É o meu espetáculo mais rebelde, e, para isso, precisava dessa juventude. Estamos em um tempo em que as pessoas não fazem nada e querem emitir opiniões. Esse trabalho coletivo é uma maneira de formar atores menos mesquinhos para o futuro.
Na sexta (26) também entra em cartaz o filme Insolação, sua estreia como cineasta. A peça não teria nascido sem a experiência nas telas?
Certamente não. Minha relação com as pessoas nos bastidores do filme me levou a esse entendimento. Mas a peça não faz uma homenagem ao cinema. A razão principal é que eu desejava aprofundar uma história ambientada numa sala de projeções de A Educação Sentimental do Vampiro, texto que montei em 2007.