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Exposição revela arte dos palácios do governo estadual

Quadros de Tarsila do Amaral estão em acervo do Boa Vista e do Bandeirantes

Por Orlando Margarido
Atualizado em 5 dez 2016, 19h22 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

Tanto pela sua localização, distante da área central, como por sua imponência intimidadora, o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, é um ilustre desconhecido para boa parte dos paulistanos. A partir de quarta (28), no entanto, a sede do governo de São Paulo mostra ao público um de seus bens mais valiosos e, de quebra, torna o prédio, inaugurado em 1964, um pouco mais acessível. Nesse dia, será aberta ali a exposição Caminhos do Modernismo no Acervo dos Palácios. Trata-se da primeira iniciativa para exibir, de forma organizada, a coleção de 3.500 peças pertencentes a três endereços do Executivo estadual – o próprio Bandeirantes, o Palácio Boa Vista, em Campos do Jordão, e a casa de verão no Horto Florestal. Até hoje, apenas os dois últimos permitiam uma visitação livre em suas dependências. No caso do Bandeirantes, onde o governador trabalha e reside e onde se guarda o maior lote das obras de arte, era necessário agendar visita – mesmo assim restrita a apenas algumas alas, nas quais se apreciava uma ou outra tela e escultura. Agora, o saguão central reúne cinqüenta dessas preciosidades. São trabalhos de nomes vinculados à Semana de Arte de 1922, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret, ou de artistas que deram seqüência às novidades do modernismo, a exemplo de Flávio de Carvalho e Vicente do Rego Monteiro. A origem do acervo remonta ao fim da década de 60 e a uma figura de raro tino cultural (e de ocasião). Foi Luís Arrobas Martins, então secretário de Fazenda do governo de Roberto de Abreu Sodré e idealizador do Museu da Casa Brasileira e do Festival de Inverno de Campos do Jordão, quem lançou a idéia de comprar obras de arte para o Palácio Boa Vista. A residência de inverno acolhe tesouros como o óleo sobre tela Ventania, de Anita Malfatti, e três pinturas de Tarsila, destacando-se a famosa Operários (1933), que não descerá a serra desta vez. “Muitas das aquisições foram feitas diretamente dos artistas”, diz a diretora do acervo e organizadora da mostra, Ana Cristina Carvalho. “Era um momento prodigioso para dar início a uma coleção desse porte.” Aos poucos, o Bandeirantes passou a incorporar parte das compras e doações, inclusive para uma bela sala de arte sacra brasileira, de onde sairá material para a próxima exposição, dedicada ao barroco. O espaço do Horto Florestal recebeu cerca de 100 itens, que vão do mobiliário a desenhos da artista e botânica Margaret Mee. O projeto recente mais significativo para incrementar o patrimônio foi um concurso de painéis lançado em 1989, que teve como tema os bandeirantes. Participaram nomes conhecidos da arte brasileira, entre eles Cláudio Tozzi, Emanoel Araújo, José Roberto Aguilar e Sérgio Ferro, todos com as respectivas obras incorporadas e presentes na exposição. O vencedor foi Antonio Henrique Amaral com o monumental São Paulo, Brasil – Criação, Expansão e Desenvolvimento, uma acrílica sobre tela de 16 metros de largura por 4,5 metros de altura, medidas que fazem jus ao local onde agora ela pode ser conhecida. – CAMINHOS DO MODERNISMO NO ACERVO DOS PALÁCIOS. Palácio dos Bandeirantes. Avenida Morumbi, 4500, portão 2, tel: 2193-8282. Segunda a sexta, 10h às 17h; sábado e domingo, 11h às 16h. Grátis. Até 31 de maio. A partir de quarta (28).

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