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Exposição relembra Osirarte, oficina chefiada por Volpi

Ateliê improvisado por Paulo Rossi Osir contava com a colaboração de artistas renomados

Por Orlando Margarido
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h36

Em 1940, ao receber a encomenda do painel decorativo do antigo Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, o artista plástico Candido Portinari confiou a pintura de azulejos com seus desenhos ao amigo Paulo Rossi Osir. Aquarelista tarimbado em São Paulo, Osir improvisou um ateliê para dar conta dessa arte ainda inusual no período. Quando começaram a aparecer novas encomendas, ele resolveu abrir a Osirarte, oficina de azulejaria onde atuariam outros artistas renomados, como Mário Zanini, Hilde Weber e Alfredo Volpi. Este logo se tornaria uma espécie de chefe do ateliê, que funcionaria nas duas décadas seguintes. Hoje, restam poucos trabalhos lá produzidos. São encontrados praticamente apenas em leilões. O lote que a Caixa Cultural da Sé expõe até 28 de janeiro é um exemplo da raridade. As 150 peças reunidas, algumas do projeto inaugural de Portinari, são sobras com defeitos que não puderam ser usadas.

A condição de azulejos descartados explica-se pela delicadíssima técnica empregada na feitura. Em vez de trabalharem sobre o ladrilho esmaltado, que não fixa a tinta, os artistas pintavam na base porosa, o chamado biscoito, no jargão dos ceramistas. Nesse caso, a pintura tinha de ser certeira, dada a sua rápida absorção, que não permitia retoques. “Um pequeno deslize e perdia-se a peça”, explica o negociador de arte Dario Bueno, um dos donos da coleção exposta. “Quando bem realizada, no entanto, é uma verdadeira aquarela.” Encontrado em 2002, o acervo estava esquecido em uma propriedade próxima ao Pico do Jaraguá, provavelmente um dos depósitos da Osirarte, que chegou a ter um forno para a produção de seus azulejos.

A Osirarte. Caixa Cultural. Praça da Sé, 111, Tel. 3321-4400, Metrô Sé. Terça a domingo, 9h às 21h. Grátis. Até 28 de janeiro de 2007.

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