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Estado investiga gastos de ex-diretor do Instituto Butantan

Entre as despesas estão passagens aéreas em primeira classe e refeições em badalados restaurantes no Brasil e no mundo

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 1 jun 2017, 10h01 - Publicado em 1 jun 2017, 09h39

A Corregedoria-Geral da Administração (CGA) do Estado de São Paulo abriu investigação para analisar gastos de 900 000 reais do ex-diretor do Instituto Butantan Jorge Kalil com viagens e cartão corporativo, de 2014 a 2016. Entre as despesas estão passagens aéreas em primeira classe e refeições em badalados restaurantes no Brasil e no mundo. O diretor afirma que todos os gastos ocorreram no período de trabalho, quando frequentemente tinha de participar de congressos fora do País e convidar pesquisadores estrangeiros para jantares de representação.

Renomado especialista na área de imunologia, Kalil ocupava a diretoria da instituição desde 2012. No mês de fevereiro, ele foi afastado do cargo após o ex-presidente da Fundação Butantan André Franco Montoro Filho pedir demissão do cargo e acusar Kalil de má gestão. As contas do instituto são alvo de apuração também no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Possíveis excessos nas despesas de diretores do Instituto fizeram a nova direção do Butantan determinar, anteontem, o cancelamento de todos os cartões corporativos de servidores da instituição. A medida é válida a partir de hoje.

A reportagem teve acesso aos documentos em análise pela Corregedoria referentes às despesas de Kalil nos últimos três anos. Somente com viagens em 2016 foram gastos 402 700 reais , o dobro do valor registrado nos dois anos anteriores (201 300 reais em 2015 e 158 800 reais em 2014). Já com o cartão corporativo, usado geralmente para pagar hospedagem, refeições e transporte em eventos científicos ou reuniões, Kalil gastou 70 600 reais no ano passado e outros 66 400 reais entre os anos de 2014 e 2015.

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No que se refere às passagens aéreas, há pelo menos quatro delas que custaram ao Instituto cerca de 30 000 reais cada, como o trecho entre São Paulo e Melbourne, na Austrália, para onde Kalil viajou em agosto do ano passado para o Congresso Mundial de Imunologia – com um bilhete de primeira classe no valor de 31 900 reais

Há ainda na documentação analisada pela CGA recibos de despesas em hotéis de Nova York e Paris, onde uma diária custa cerca de 2 000 reais.

Nos gastos com alimentação, o ex-diretor apresentou notas de restaurantes famosos de São Paulo como Figueira Rubayat, Tre Bicchieri e Barbacoa. Neste último, foi registrada a maior despesa com refeições nos três anos: 2 800 reais em um rodízio de carnes para 15 pessoas.

A CGA afirmou que recebeu, em março, ampla documentação da Secretaria Estadual da Saúde com a prestação de contas do Instituto Butantan. Confirmou que entre os tópicos em análise estão despesas com passagens aéreas, hospedagem, alimentação e serviço de táxi, mas disse não poder adiantar nenhum detalhe sobre o andamento da apuração para não atrapalhar as investigações.

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