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“Tentaram me incriminar na delegacia”, diz jovem vítima de estupro

Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza buscas para cumprir os mandados de prisões dos suspeitos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 17h33 - Publicado em 30 Maio 2016, 12h19

A adolescente de 16 anos que foi vítima de estupro coletivo no Rio afirmou no domingo, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que está recebendo ameaças pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos.

“Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento. Acho que é por isso que as mulheres não fazem denúncias”, disse a adolescente. Ao explicar o que aconteceu na delegacia, a jovem afirmou: “Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada”.

A adolescente reclamou da exposição durante o depoimento e da indiscrição dos policiais. Segundo ela, ao ser interrogada, havia três homens dentro da sala, incluindo o delegado Alessandro Thiers, então encarregado do caso.

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“A sala era de vidro e todo mundo que passava via. Ele (o delegado) botou na mesa as fotos e o vídeo, assim, expostos e me falou: ‘Conta aí’. Não perguntou se eu estava bem, como estava me sentindo, se tinha proteção. Ele perguntou se eu tinha o costume de fazer isso (sexo grupal), se gostava de fazer isso.” A adolescente afirma que, a partir desse momento, não respondeu mais às perguntas. Nenhum representante da polícia do Rio foi encontrado para comentar as declarações.

Ameaças

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Durante a entrevista, a jovem também afirmou que está recebendo ameaças e sofrendo intimidação. “Não posso sair de casa para nada. No Facebook, quando eu entrei, tinha mais de mil mensagens. Tinha gente de Minas Gerais dizendo que ia me matar. Falaram que se eu fosse em alguma comunidade, ia morrer.”

Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, ela reiterou que o estupro coletivo aconteceu. A jovem confirmou ter ido a um baile e, em seguida, para a casa de um ex-namorado, onde dormiu. Quando acordou, já estava sendo violentada. Mesmo “gritando e chorando”, disse, os rapazes não paravam.

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“Acordei em um ambiente diferente, com um homem embaixo de mim, um em cima, dois segurando na minha mão. Várias pessoas rindo de mim e eu dopada. Vou morrer. Pronto, acabou, pensei.”

A jovem relatou ter contado ao menos 28 rapazes no ambiente, muitos deles armados.

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“Era uma casa abandonada, só tinha uma cama, nem lençol tinha, uma geladeira e uma cômoda”, disse. Contou ainda desconhecer os homens que a violentaram e disse só reconhecê-los “de vista”. O ato só terminaria dez minutos depois de ela ter recuperado os sentidos, quando um amigo teria entrado no local e pedido que parassem.

Operações

A Polícia Civil realiza buscas, desde a madrugada desta segunda-feira, 30, para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra seis acusados de participar do estupro coletivo na zona oeste do Rio de Janeiro. A ação é coordenada pela delegada Cristiana Onorato, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), e pelo diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Ronaldo de Oliveira.

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As buscas estão sendo realizadas nas comunidades da Cidade de Deus e do Rola e nos bairros do Recreio dos Bandeirantes, Taquara e Praça Seca. Entre os procurados está o traficante Sergio Luiz da Silva Júnior, conhecido como Da Russa, chefe do tráfico de drogas na Praça Seca.

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