‘Devolução Industrial’ conta a saga tecnológica do homem
Com máquinas divertidas, espetáculo infantil narra o desenvolvimento da humanidade
Formado em Brasília no ano de 1982, o Circo Teatro Udi Grudi esteve na cidade em março para apresentar O Cano. O espetáculo misturava harmonicamente dramaturgia, técnicas de palhaço e música feita com base em inusitados elementos cenográficos. Sua nova montagem, Devolução Industrial, segue a mesma linha para contar a saga tecnológica da humanidade. No início, Ser Místico (o ator Marcelo Beré) cria o mundo e um casal: o Senhor e a Senhora Sapiens (Luciano Porto e Joana Abreu). Em meio a objetos os mais variados, ambos descobrem coisas e desenvolvem outras. Roubam o fogo do Ser Místico, aprendem a plantar e fazem uma sopa com os legumes colhidos. O vapor da panela move uma locomotiva repleta de apitos feitos de tubos de PVC e por aí vai.
Certamente os menorzinhos não entenderão o desenrolar metafórico da história, que faz sutis menções ao criacionismo e ao darwinismo. Mas as máquinas malucas prendem a atenção de todos. No momento da invenção da roda, por exemplo, uma grande armação de madeira e plástico ligada a um conjunto de garrafas produz um curioso som ao girar, igual ao barulho de uma roda-d’água. Funcionam também os momentos de humor do Ser Místico em seus pequenos milagres, como transformar água em vinho e fazer cair uma cascata do céu.