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Curadoria e business musical trazem artistas internacionais e desafios

Trazer shows de turnês milionárias, lidar com músicos temperamentais e montar agendas para mais de dois anos estão entre as tarefas no mundo do entretenimento

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 19h03 - Publicado em 10 dez 2009, 14h55

Negociar uma turnê por meses ou correr atrás de uma cadeira de medidas milimetricamente calculadas está no horizonte das pessoas que decidem a programação musical da cidade. No vistoso e frenético mundo dos grandes espetáculos, dois nomes de gerações diferentes têm despontado na hora de captar estrelas estrangeiras. William Crunfli, 53 anos, e João Paulo Affonseca, 36, criaram há cinco anos a Mondo Entretenimento. Desde então, trouxeram para o Brasil The Killers, Bob Dylan, Sting e Joss Stone — o par anuncia que a diva Beyoncé pinta por aqui em fevereiro. Crunfli debutou no metiê em 1981, com um estouro: o Queen. “Foi um intensivão”, diz. “Aprendi tudo de bom e de ruim logo no primeiro show.”

Para além desse universo de megaeventos, têm pipocado em São Paulo salas com “curadoria”, programação pensada a longo prazo e sem uma pressão comercial tão grande. Duas delas, quase complementares, são o Teatro Fecap e o Auditório Ibirapuera. À frente da primeira se encontra Homero Ferreira. Produtor experiente de shows e discos, ele revela que conta com a compreensão dos músicos para compensar os cachês inferiores aos do mercado. “O Martinho da Vila, por exemplo, cobrou bem menos quando veio.” No comando do auditório está Pena Schmidt, outro profissional com muitas horas de estrada e estúdio. Nos anos 70, ele foi operador de som dos Mutantes. Uma década depois, estaria envolvido no princípio da carreira de grupos de rock como os Titãs e o Ultraje a Rigor. Antes de virar superintendente da sala no Ibirapuera, foi diretor de palco do Free Jazz (depois rebatizado de Tim Festival). Schmidt coleciona histórias inusitadas, entre elas a saga para encontrar uma cadeira de reserva para as apresentações de João Gilberto (o móvel perfeito viria voando do Japão). “O engenheiro de som japonês do João me mandou uma foto e as medidas”, afirma. “Rodei a Rua Teodoro Sampaio inteira deixando o meu número de telefone para o caso de alguém ter algo parecido.”

 

Outro profissional acostumado a lidar com gente temperamental — maestros e solistas de música erudita — é Gérald Perret, superintendente da Sociedade de Cultura Artística. Suíço, Perret se apaixonou por uma paulistana e veio morar aqui em 1971. Nove anos depois, assumiu o lugar do sogro, Alberto Soares de Almeida, na liderança do Cultura Artística. Como é preciso agendar as récitas com muita antecedência, ele está formatando a temporada de 2012. “Não é tão óbvio convencer os artistas a tocar na América Latina”, diz. “A situação melhorou, mas a viagem é longa e nem sempre interessa economicamente.”

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