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O hot dog vegano

Por Ivan Angelo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h44 - Publicado em 8 jan 2016, 23h00

Penso no diálogo de Pulp Fiction ao passar pela loja do Kpop Chicken na Rua Loefgren, a caminho da Estação Santa Cruz do metrô, na Zona Sul. No filme cult e clássico de Quentin Tarantino, John Travolta explica para Samuel L.Jackson como são chamados dois dos sanduíches do McDonald’s na França. Você conhece a cena. Está espalhada pela internet inteira. O quarteirão é “Le Royale with cheese”. O Big Mac é “Le Big Mac”. As lanchonetes de fast foodjá tiveram peso maior, me ocorre, ali na Vila Clementino. Mas uma rede internacional de culinária coreana em São Paulo é uma novidade digna de nota, penso. Nunca ouvi ninguém dizer nada a respeito de Kpop Chicken: Fun and Sauce Restaurant, o nome completo do negócio. Não sabia nem o que era. Descobri de curioso.

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Tenho ido com frequência para os lados da Vila Mariana. Meu filho caçula, Samuel, de 12 anos, tem muitos amigos no bairro. Vamos quase sempre de metrô. Dia desses entrei no Kpop Chicken sozinho, depois de deixar o garoto num aniversário. Não aguentei. Vinha namorando a fachada havia um tempo. Passara diversas vezes na frente. O nome, a arte do logotipo e os endereços em Seul e Nova York são elementos irresistíveis. Chamam para um novo momento da cultura, ainda mais global. Se você não sabe, Kpop é também a alcunha dada aos fenômenos musicais produzidos na Coreia do Sul, como Psy (de Gangnam Style), entre outros.

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Peço logo o chicken katsu, que vem a ser um filé de frango à milanesa, dos bons, ao modo coreano, com uma salada de repolho excelente e arroz. Consigo resistir ao milk-shake de Nutella, mas, ao contar a experiência ao meu filho, mais tarde, prometo ao Sammy voltar lá para ele poder experimentá-lo. Tomar uma sobremesa dessas numa lanchonete coreana em São Paulo é o cúmulo da globalização, convenhamos. Há pelo menos quatro países e três continentes na mistura. Talvez mereça outra crônica.

Kpop Chicken não é a única rede de comida exótica e interessante da região, descubro, dias depois, perambulando pela Vila Mariana. No Shopping VM, na simpática Rua Pelotas, próxima da Ana Rosa, tive a oportunidade de degustar um cachorro-quente vegano, nada menos. Não sabia que existia isso. Achava que hot-dog vegano era oximoro. Foi na rede Green Dog, que é de Curitiba, na origem. Fica no andar de cima do pequeno centro de compras. Dá para ver da calçada. É só subir a escada rolante. Lá também se servem salsichas vegetarianas, e as tradicionais, de carne. Pergunto qual a diferença entre um cachorro-quente vegano e o outro, vegetariano. O segundo leva laticínios, o primeiro, não, diz o chapeiro, sem me humilhar.

Sinto-me um pouco caipira ali na Green Dog, confesso, meio ogro. Escolho logo o vegano para mostrar coragem. É surpreendentemente gostoso, tão bom ou mesmo melhor do que o tradicional. Mais leve é, sem dúvida. Saio dali maravilhado. Subo a Pelotas em direção ao metrô, encantado com a nossa cidade. Moro aqui há trinta anos e descubro sempre curiosidades. Basta passear um pouco. Cabe o mundo todo aqui na metrópole.

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