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Cremesp investiga elo entre médicos do Einstein e fornecedor

Sindicância foi aberta para investigar a conduta de dois médicos do hospital suspeitos de beneficiar uma empresa fornecedora de dispositivos cardíacos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 15h37 - Publicado em 14 set 2016, 09h42

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu sindicância na terça-feira (13) para investigar a conduta de dois médicos do Hospital Israelita Albert Einstein suspeitos de receber pagamentos e beneficiar uma empresa fornecedora de dispositivos cardíacos.

Após reunir provas que apontavam envolvimento conflituoso entre os cardiologistas Marco Antonio Perin e Fábio Sandoli de Brito Júnior com a empresa CIC Cardiovascular, o hospital decidiu denunciar os médicos à polícia e afastá-los da instituição. A acusação foi divulgada na terça-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.

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A investigação interna descobriu que o número de stents comprados pelo hospital e fabricados pela empresa cresceu 541% entre 2012 e 2013, com uma preferência dos dois médicos pelos dispositivos da CIC Cardiovascular. A apuração também detectou uma transferência de dinheiro da fabricante para as contas dos profissionais. Benefícios ainda seriam dados na forma de presentes e viagens.

Com base na denúncia, aberta no 34º DP, o Cremesp instaurou procedimento para verificar os indícios de infração ética no caso. O Código de Ética Médica proíbe o profissional de receber qualquer tipo de benefício de empresas.

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Resolução editada no ano passado pelo Cremesp ainda definiu de forma mais precisa as práticas proibidas, determinando que “é vedado ao médico prescrever medicamentos, órteses, próteses e materiais, bem como utilizar métodos diagnósticos, com base em contrapartidas como recebimento de gratificações ou pagamentos de inscrições em eventos e viagens, bem como qualquer outra forma de vantagem”.

De acordo com Mauro Aranha, presidente do Cremesp, o conselho vai solicitar ao hospital os documentos e as provas recolhidos durante a apuração interna para verificar a conduta dos médicos denunciados e de outros possíveis envolvidos. “Depois dessa primeira investigação, vamos julgar o caso para definir se é aberto um processo ético e profissional. Ao final desse processo se houver condenação, a punição pode variar de uma advertência até a cassação do registro profissional”, explica Aranha.

Sem comentários

Os cardiologistas denunciados e a direção da CIC Cardiovascular não foram localizados na terça-feira pela reportagem para comentar as acusações. Na apuração interna, os médicos negaram irregularidades. Procurada, a direção do hospital disse que não iria se pronunciar. A Polícia Civil informou que o inquérito já foi instaurado, mas disse que não passaria detalhes do caso para não atrapalhar a investigação.

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