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Crack: “Abandonei minhas duas filhas”

Por Henrique Skujis e Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 18h47 - Publicado em 28 Maio 2010, 17h57

“Deixei de escovar os dentes e de tomar banho. Vivia apenas para fumar crack. Não conseguia nem cuidar das minhas filhas. Mandei a de 15 anos estudar no Canadá e a de 12 morar com o pai, em Porto Alegre.

Troquei tudo o que tinha dentro de casa pela droga: televisão, eletrodomésticos, roupas… Fumava quinze pedras por dia. Minha família, desesperada, não sabia o que fazer. Venderam meu apartamento e meu carro. Quando consegui dar um tempo, voltei a trabalhar. Mas, ao receber o primeiro salário, troquei tudo por crack. Recaí de novo. É difícil controlar a fissura.”
F.O., 29 anos, separada, auxiliar administrativa

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