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Comando Vermelho compra imóveis no interior de São Paulo

Investigação da Polícia Federal desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa que controla o tráfico de drogas e de armas nos morros cariocas

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h25 - Publicado em 1 jun 2015, 14h11

Uma investigação da Polícia Federal desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho com a compra de imóveis no interior de São Paulo. O grupo controla o tráfico de drogas e de armas nos morros cariocas. A PF constatou que estabelecimentos residenciais e comerciais e até uma fazenda foram adquiridos pelo CV.

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Entre os imóveis está um condomínio com doze casas, de 80 metros quadrados cada uma, em Tanabi, na região de São José do Rio Preto. A PF também rastreou e constatou que outras 25 casas e uma indústria de cerâmica, instaladas no município de Panorama, na divisa com Mato Grosso do Sul, estão de posse da facção. Além disso, uma fazenda em Tocantins foi comprada com dinheiro obtido com o tráfico de armas e drogas.

As investigações tiveram início após a prisão de uma quadrilha, em março do ano passado, em Catanduva, no interior paulista, durante a Operação São Francisco – nome de um rio que corta a cidade. A quadrilha trazia armas e drogas do Paraguai e as revendia nos morros cariocas controlados pelo CV. Foram apreendidos 462 quilos de cocaína e 6,5 toneladas de maconha, além de uma grande quantidade de munição de fuzil, pistolas e uma escopeta.

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A droga e as armas eram compradas em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e levadas até Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. De lá seguiam por rodovias, em carros de passeios e caminhões, até Catanduva, onde a droga era fracionada e depois levada para ser revendida por traficantes da facção nos morros cariocas. As armas também iam para comunidades do Rio.

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Segundo a PF, a quadrilha movimentava 19 milhões de reais por mês. Cerca de vinte pessoas estão presas, respondendo por tráfico internacional de drogas e armas, associação ao tráfico e agora por lavagem de dinheiro.

O líder do bando, segundo a PF, é Rogério Góes dos Santos, preso em março de 2014. Ele também seria o verdadeiro dono dos imóveis. Segundo a polícia, Santos usava ao menos um “laranja”, Mauro William Rodrigues, morador em Catanduva, para assumir os negócios de compra de imóveis para lavar o dinheiro do tráfico.

“Terminada a operação que investigou a quadrilha, começamos a apurar o patrimônio. Levantamos muitos bens do traficante”, disse o delegado André Luiz Kodjaoglanian. “Eles compravam e trocavam imóveis”, afirmou o delegado José Eduardo de Paula.

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Outras duas pessoas também foram indiciadas por lavagem de dinheiro do narcotráfico. Rodrigues é apontado como dono “oficial” do condomínio de Tanabi, que está registrado em seu nome na prefeitura.

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Ameaça de morte

O condomínio, de 12 000 metros quadrados, foi instalado em propriedade rural comprada por Santos de um fazendeiro de Promissão, no interior paulista. Segundo a PF, um empreiteiro chegou a ser contratado por 120 000 reais para terminar a pintura das casas e, como não entregou o serviço no prazo, foi ameaçado de morte por Santos.

Ao ser questionado pela PF sobre o condomínio, Rodrigues disse que comprou o empreendimento por 60 000 reais. “Este individuo é calheiro (instala calhas em casas), com renda de 2 000 reais por mês. Ele afirmou que adquiriu esse empreendimento por 60 000 reais. Como pode o Rogério gastar 120 000 reais só com a pintura e vender o condomínio por 60 000 reais para ele?”, questionou Kodjaoglanian.

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O condomínio, avaliado em 2,2 milhões de reais, deverá ser interditado pela PF nesta semana. Nele moram apenas quatro famílias, que pagam aluguel. A PF também investiga agora a procedência e situação cadastral das 25 casas e da indústria de cerâmica que estão em nome de Santos em Panorama, no interior, e da fazenda do Tocantins (O Estado de S. Paulo).

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