Celina Pires Martins, 100 anos
Celina completa 101 anos neste mês: "a vida inteira eu aparentei ser mais nova do que sou"
Uma academia de ginástica na cobertura de um prédio nas proximidades da Avenida Paulista. Foi esse o local escolhido por Celina Pires Martins, que completa 101 anos neste mês, para receber a reportagem de VEJA SÃO PAULO. Lá, saltou da bicicleta ergométrica e, diante da surpresa da repórter, não se conteve e exibiu mais um pouquinho de sua saúde. Ereta, levou os dedos da mão aos do pé quase sem dobrar os joelhos.
“A vida inteira eu aparentei ser mais nova do que sou. Ninguém diz que já passei dos 100.” Não mesmo. Celina tem audição perfeita e só engordou um pouco nos últimos oito anos, desde que foi morar no Residencial Santa Catarina, um flat voltado para idosos. Hoje, tem 70 quilos distribuídos em 1,70 metro de altura.
“A única coisa que me incomoda é a visão”, afirma. “Ainda leio livros, jornais e revistas, só que mais lentamente.” Viúva há 28 anos, ela conta que se casou só porque queria ter filhos antes dos 30. Teve duas, hoje com 66 e 70 anos, e parou por aí “porque passava muito mal durante a gravidez”.
Antes disso, namorou bastante. “Às vezes mais de um rapaz ao mesmo tempo.” Celina garante — e não há como duvidar — que o segredo da sua longevidade é manter-se ativa. Além de fazer ginástica todos os dias, ela tem uma vida social intensa.
Acorda às 7h30 e toma banho em seu apartamento espaçoso equipado com cama de casal, copa e uma saleta onde há um armário cheio de garrafas de licor. Às 8h30, desce ao restaurante do flat para tomar o café da manhã com sua turma, composta de outros quatro moradores do residencial, todos com 84 anos. Com os amigos mais jovens compartilha ainda o almoço, o jantar e a happy hour às sextas-feiras, quando todos se reúnem no apartamento de algum deles para tomar um vinhozinho e jogar conversa fora. “Também costumamos sair para jantar e ir ao teatro.” Namorados? “Ah… já tive tantos, mas agora estou mais sossegadinha.”