Casal é separado pela Latam em retorno ao Brasil

Na tentativa de voltar para o país, o voo da mulher não foi confirmado

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 mar 2020, 10h04 - Publicado em 31 mar 2020, 09h42
 (Divulgação/Divulgação)
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A companhia aérea Latam separou Cristina Yamamoto de seu marido, José Joaquim Muniz, na viagem de retorno ao país. O casal encontra-se em Johanesburgo, na África do Sul, e tenta retornar ao país desde o dia 23 de março. A empresa confirmou a passagem dele em um voo fretado para o dia 1º de abril, no entanto, a solicitação de Cristina não foi aceita. “Eu preciso retornar, porque tenho minha mãe com Alzahmeir e meu pai, em recuperação de cirurgia”, diz Cristina. Segundo ela, outras famílias estão na mesma situação e estima que quase 300 brasileiros estão entre os que tiveram seus voos cancelados. “Temos dois grupos de Whataspp com 200 e 100 pessoas no mesmo barco”, diz.

Cristina Yamamoto
Cristina: tentativa de voltar para casa (Arquivo Pessoal/Veja SP)

Cristina e Muniz já tiveram duas vezes as passagens canceladas e não conseguem contato com a companhia aéra. Eles chegaram à cidade no dia 17 de março, em viagem de turismo até o dia 4 de abril. Nem bem pousaram, já receberam as informações de que poderia haver os fechamentos dos aeroportos. “Não fomos a nenhuma outra cidade, reservamos um hotel a 5 quilômetros do aerporto e tentamos remarcar o nosso retorno”, conta Cristina, que é gerente de projetos de pesquisa clínica. “Não conseguiamos fazer por aqui e minha sogra conseguiu reservar a nossa volta no dia 28”, explica. No entanto, sem aviso, o voo foi cancelado. Reagendaram o seguinte para o dia 31 de março, que também não existe mais.

“Veio então o anúncio do voo do dia 1º de abril, só que apenas meu marido recebeu a confirmação”, afirma. No dia 23 de março, o governo da África do Sul anunciou o fechamento do espaço aéreo a partir do dia 26 de março, durante 21 dias.

O casal só conseguiu a reserva do hotel onde estão até terça (31). “A gente não pode sair porque não é um lugar seguro, além disso, a polícia está parando quem está na rua”, afirma Cristina. Antes do decreto de isolamento, ela conta, também houve corrida nos mercados da região. “Compramos bolachas e algumas coisas para comer”, diz. “E agora, a equipe do hotel está se disponibilizando para comprar comida para a gente, já que é perigoso por aqui para quem é estrangeiro”, afirma. Além dos pais, Cristina tem medo do que pode acontecer com o hotel, já que as reservas terminam amanhã. “Fora que é uma despesa que não estava programada e está saindo do meu bolso”, diz.

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A embaixada no Brasil na África do Sul anunciou que está trabalhando com a contratação de mais um voo fretado, com escala em Cidade do Cabo, para repatriação de brasileiros e que em breve poderá disponibilizar novas informções nos grups de Whatsapp e mídias sociais.

Já a Latam, por meio de nota, diz que a lista de passageiros do dia 1º de abril ainda está sendo consolidada e que está ainda em tratativas com o governo da África do Sul para conseguir a autorização para repatriar os brasileiros para este voo, ainda não autorizado. “A LATAM reitera que os cancelamentos dos voos, independentemente do país, estão atrelados à súbita queda da demanda causada exclusivamente pela crise do Coronavírus e, ainda, potencializada pelos fechamentos de fronteiras. A companhia está com foco total na operação para assegurar junto às autoridades da África do Sul a repatriação dos brasileiros.”

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