Casa de acolhida LGBT realiza casamento coletivo
Casa 1 começou a organizar a cerimônia após resultado das eleições e evento ocorre neste sábado (15)
Após as eleições presidenciais que elegeram Jair Bolsonaro, do PSL, ao cargo mais alto do executivo, membros do centro de acolhida LGBT Casa 1, que tem sede na região central, decidiram realizar um casamento coletivo com parceiros sem condição financeira de bancar os custos de uma cerimônia. “Entendemos que há um risco de termos o direito ao matrimônio suspenso no próximo ano”, conta o fundador da instituição, Iran Giusti.
A instituição lançou um formulário na internet para encontrar apaixonados que tivessem interesse em proclamar a reunião eterna e apareceram mais de 100 casais. Lançado no dia 9 de novembro, menos de uma semana depois do resultado do segundo turno, o financiamento coletivo foi finalizado no dia 5 de dezembro, na semana passada.
A captação mobilizou 264 pessoas, que doaram o total de 47 045 reais. “Agora serão quarenta casais, pois alguns desistiram por diversos motivos”, conta Giusti.
O grande casamento ocorrerá nesse sábado (15). Os trabalhos começarão cedinho, às 8h, no Lions Nightclub, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio: os noivos terão direito a sessão de maquiagem e cabelo. A cerimônia será realizada no próprio galpão da Casa 1, na Bela Vista, e será celebrada pela atriz transexual Renata Carvalho. Depois do casório, uma festança irá ocupar o Cine Jóia, casa de eventos na Sé.
Além dos profissionais contratados, o casamento deve contar também com cerca de 150 voluntários, que começaram a trabalhar a todo vapor desde o começo desta semana.
A operação contou com apoio também de empresas, como o grupo Pepsico, o Vegas e a marca de vodka SKYY. Contudo, há ainda um déficit de 30 000 reais. “Estamos procurando parcerias para conseguirmos sair sem prejuízos”, conta Giusti.