Cachorro-quente e vinho podem dar “match” em Congonhas
Na área de embarque do aeroporto, os passageiros encontraram um acompanhamento inusitado para o sanduíche queridinho dos paulistas
Já pensou em harmonizar cachorro-quente com uma taça de vinho? O pão recheado de salsicha e outros complementos pode cair bem com refrigerantes e cervejas, mas os passageiros do aeroporto de Congonhas estão optando por uma combinação mais inusitada, com uma taça, em especial de tinto, na hora de traçar o sanduíche, querido por muitos paulistanos.
Não raro, é possível observar viajantes comendo cachorros-quentes da marca Doog, inaugurada em junho de 2016 na área de embarque, acompanhados de taças de vinho vendidas pela importadora Grand Cru, instalada ao lado da lanchonete em dezembro do mesmo ano.
A proximidade das duas lojas, localizadas em frente ao portão de embarque número 4 , com vista para a pista de pouso e decolagem, parece favorecer a combinação. “Sempre vejo um pessoal comendo cachorro-quente e tomando um vinho, observando a vista, os aviões”, comenta Carlos Alberto Diaz, gerente da Doog há mais de um ano.
“Isso aqui não acontece não, nossos clientes só consomem nossos vinhos e petiscos”, afirmou um funcionário da importadora Grand Cru quando questionado sobre a curiosidade, visivelmente incomodado. “Eles ficam bravos porque as mesas deles ficam sujas com os cachorros-quentes”, brinca o gerente da loja de sanduíches.
Mesmo causando algum incômodo, a máxima “o cliente tem sempre razão” parece ser seguida à risca em ambos os estabelecimentos, já que a combinação continua sendo feita pelos pagantes, seja nas mesas da Doog ou da Grand Cru.
Para harmonizar sanduíche e vinho, gasta-se pelo menos 55 reais, já que as oito opções de cachorros-quentes custam entre 20 e 26 reais, e um copo de vinho da Gran Cru, 35 reais. A conta pode ficar ainda mais cara se o cliente optar por uma garrafa da bebida, cujos valores começam em 79,90 reais e podem passar dos 1 500 reais.
De acordo com o responsável pela operação da Doog, o sabor mais pedido na hora da harmonização é o italian (22 reais), que leva, além do pão e da salsicha, molho de tomate e lascas de queijo grana padano.
Para o sommelier executivo da Grand Cru, Massimo Leoncini, a acidez do vinho deve ser levada em consideração por conta da gordura da salsicha. “Se o sanduíche levar ketchup, é melhor provar um vinho com resíduo de açúcar mais alto”, exemplifica.