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As exposições em alta nesta semana

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Por Jonas Lopes
Atualizado em 6 dez 2016, 09h10 - Publicado em 18 set 2009, 20h26

A partir deste fim de semana, o paulistano terá bons motivos para correr aos museus e institutos culturais da cidade. São Paulo recebe uma série de exposições internacionais comparáveis às melhores realizadas na cidade nos últimos anos, como as de Rodin, em 1995 (Pinacoteca), Monet, em 1997 (Masp), e Picasso, em 2004 (Oca). Matisse Hoje, em cartaz na Pinacoteca, deve liderar a preferência do público. Trata-se da primeira individual do pintor francês Henri Matisse (1869-1954) no Brasil. Com obras de museus importantes da França, tem o mérito de ser bastante ampla – há pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e colagens.

Depois de passar por Brasília e pelo Rio de Janeiro, a coletiva Virada Russa aporta no Centro Cultural Banco do Brasil com 125 trabalhos pertencentes ao acervo do Museu Russo de São Petersburgo. Mestres vanguardistas como Kasimir Malevich, Wassily Kandinsky e Marc Chagall, além de muitos outros, poderão ser conferidos a partir do dia 15. Já na sexta (11), 96 peças da coleção da montadora Renault ficam em exibição no MAC do Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera. Outro destaque é a exposição do francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004), um dos maiores fotógrafos do século xx. São 133 imagens registradas ao longo de mais de cinquenta anos. O escultor Auguste Rodin, o fotógrafo Robert Doisneau e a bienal Panorama da Arte Brasileira, do MAM, são atrações que também valem uma visita. “Este é um momento especial”, afirma o artista plástico Paulo Pasta. “A não ser uma ou outra mostra esporádica, só vimos um conjunto como esse nos tempos áureos da Bienal, décadas atrás.”

Henri Cartier-Bresson

O que é: maior exposição já realizada no Brasil sobre o fotógrafo francês, Henri Cartier-Bresson: Fotógrafo reúne 133 imagens clicadas em 23 países ao longo de mais de cinco décadas – entre 1926 e 1979. O evento será acompanhado do lançamento de um livro (pela Cosac Naify, em parceria com o Sesc) e de um amplo calendário de debates, palestras, saídas fotográficas e cursos (confira a programação completa em https://www.vejasaopaulo.com.br). Há ainda a mostra paralela Bressonianas, com sete brasileiros exaltando a influência do mestre. Cristiano Mascaro, Carlos Moreira e Marcelo Buainain são alguns deles.

Por que ver: antes de morrer, Henri Cartier-Bresson (1908-2004) organizou seus melhores trabalhos em módulos temáticos. No térreo do Sesc Pinheiros ficam as fotos do chamado street photography, gênero do qual foi precursor. “Ele inaugura a linguagem dos flagrantes urbanos, favorecido pelo uso da Leica, uma câmera que dá para levar no bolso”, conta o curador Eder Chiodetto. “Isso libertou os fotógrafos da impossibilidade de captar flagrantes, por causa das câmeras enormes utilizadas até então.” O 2º andar traz outros dois módulos: Conflitos, sobre suas coberturas jornalísticas, e Retratos.

Destaque: além de relembrar a poesia captada no cotidiano por Bresson em instantâneos, o espectador tem a chance de conhecer sua produção retratista. Entre as celebridades fotografadas estão o escritor William Faulkner, o filósofo Jean-Paul Sartre e o escultor Alberto Giacometti.

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Henri Cartier-Bresson e Bressonianas. Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros, 3095-9400. Terça a sexta, 10h30 às 21h30; sábado, domingo e feriados, 10h30 às 19h30. Grátis. Até 20 de dezembro. A partir do dia 17.

Virada Russa

O que é: traz parte da valiosa coleção do Museu Russo de São Petersburgo dedicada a artistas que, na virada do século XIX para o XX, romperam com os padrões convencionais de pintura em busca de linguagens novas e mais experimentais. No total, 125 obras serão expostas no CCBB.

Por que ver: os três principais gênios daquela geração estão contemplados na mostra. São eles Wassily Kandinsky (um dos primeiros artistas plásticos do mundo a aderir à abstração), Kasimir Malevich e Marc Chagall.

Destaque: Malevich tem dezenove obras na coletiva. É curioso notar seu estilo variado, da pegada figurativa de algumas telas aos experimentos geométricos da série Supre–matista. E já que a individual O Mundo Mágico de Marc Chagall, em cartaz em Belo Horizonte, não deve vir para São Paulo, vale apreciar o óleo Passeio (1917), seu único trabalho na exposição.

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Virada Russa – A Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, centro, 3113-3651, Metrô Sé. Terça a domingo e feriados, 10h às 20h. Grátis. Até 15 de novembro. A partir do dia 15.

Henri Matisse

O que é: primeira individual no país dedicada ao artista, um dos mais influentes do século passado. A maioria das 93 obras foi cedida por instituições importantes da França, como o Centro Georges Pompidou, a Biblioteca Nacional e o Museu Matisse.

Por que ver: a exposição abarca a eclética pesquisa de Matisse (1869-1954) com materiais. Há pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e colagens de todas as fases de sua carreira.

Destaque: telas emblemáticas – A Dança (1910) e A Alegria de Viver (1905-1906) – não vieram, é verdade. Outros trabalhos de qualidade, no entanto, integram a mostra. É o caso de Natureza-Morta com Magnólia (1941), óleo de cores fortes, e Interior Amarelo e Azul (1946).

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Henri Matisse. Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2, 3324-1000, Metrô Luz. Terça a domingo e feriados, 10h às 18h. R$ 6,00. A bilheteria fecha meia hora antes. Grátis aos sábados. Até 1º de novembro.

Robert Doisneau

O que é: mais conhecido por flagras como O Beijo no Hôtel de Ville (1950), o francês Robert Doisneau trabalhou por duas vezes na montadora Renault. Ele registrava o cotidiano das fábricas e de seus operários, além de pessoas comuns em cenas que envolvem automóveis. A Galeria de Arte do Sesi, na Paulista, traz 106 dessas imagens.

Por que ver: Doisneau conseguia contornar o perigo de cair na mera propaganda. Seus trabalhos para a Renault possuem o mesmo estilo descontraído de suas outras obras.

Destaques: fotografias como Atelier de Estamparia, clicada em 1935, revelam um cuidado de composição impressionante, com destaque para as formas geométricas.

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Robert Doisneau. Galeria de Arte do Sesi. Avenida Paulista, 1313, 3549-4499, Metrô Trianon-Masp. Segunda, 11h às 20h; terça a sábado, 10h às 20h; domingo e feriados, 10h às 19h. Grátis. Até 6 dezembro. A partir de 27 de outubro.

Uma Aventura Moderna – Coleção de Arte Renault

O que é: entre 1967 e 1985, a Renault manteve um inovador programa de mecenato. Os artistas utilizavam o parque fabril da montadora como um ateliê de experimentação e algumas das obras produzidas eram adquiridas pela empresa. Das mais de 300 peças do acervo, 96 chegam à cidade para ser expostas na sede do MAC no Pavilhão da Bienal.

Por que ver: o recorte da curadora Ann Hindry inclui artistas renomados, a exemplo do espanhol Joan Miró, do húngaro Victor Vasarely e do francês Jean Dubuffet.

Destaque: além dos artistas mais famosos, vale dedicar alguns minutos para conferir o islandês Erro, cujas pinturas buscam influência na pop art, no universo das histórias em quadrinhos e no surrealismo. n

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+fotos

Uma Aventura Moderna – Coleção de Arte Renault. MAC-Ibirapuera. Pavilhão da Bienal, 3º andar, Parque do Ibirapuera, portão 3, 5573-9932. Terça a domingo e feriados, 10h às 19h. Grátis. Até 15 de dezembro. A partir de sexta (11).

E não é só isso…

– Sucesso de público na Pinacoteca em 1995, Auguste Rodin (1840-1917) volta à cidade, agora no Masp, a partir de 27 de outubro. A mostra Do Ateliê ao Museu é composta de 194 fotos que retratam o processo criativo do artista, além de 22 esculturas de bronze e mármore, emprestadas pelo Museu Rodin, de Paris. Figuram na seleção As Três Sombras, A Eterna Primavera e Amor Fugitivo.

– O Masp também apresenta, a partir de quarta (9), a tela Himeneu Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo, de Nicolas Poussin (1594-1665). A obra, pertencente ao acervo do museu, acaba de passar por um longo processo de restauro, que revelou a até então desconhecida genitália de Príapo, o deus grego da fertilidade.

– A cidade francesa Chaumont possui um museu dedicado exclusivamente a cartazes. Da impressionante coleção de 32 000 trabalhos, o Instituto Tomie Ohtake reúne 72 a partir de 8 de outubro. Alguns foram criados há mais de 100 anos.

– Coletiva realizada a cada dois anos pelo Museu de Arte Moderna, o Panorama da Arte Brasileira deve causar polêmica a partir de outubro. Tudo porque, apesar do título da mostra, o curador Adriano Pedrosa escolheu apenas artistas estrangeiros para ser expostos.

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