André e Patricia Madeira, o casal do tempo da rádio CBN
Como a cerimônia de casamento era a céu aberto, na hora de marcar a data, o casal estudou a fundo o clima de Petrópolis para não terem problemas
“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza.” O casal de meteorologistas André e Patricia Madeira poderia acrescentar “faça chuva ou faça sol” às suas juras de amor eterno. Casados há treze anos, os dois são os responsáveis por apresentar a previsão do tempo da rádio CBN desde 2001. Funcionários da empresa Climatempo, cada um empresta sua voz a dois boletins diários. Ela pela manhã e ele à tarde. O sobrenome comum rende algumas confusões com ouvintes. “Sempre me perguntam se somos irmãos”, conta, aos risos, Patricia. Eles garantem acertar 90% das previsões. Entre março e maio do ano passado, o apresentador do CBN São Paulo, Mílton Jung, pôs esse índice à prova. “Propus um jogo para a Patricia e a média foi de apenas três erros por mês”, lembra ele.
Se a brincadeira fosse feita no verão, o resultado provavelmente não seria o mesmo. Patricia explica que, nessa época, é normal os meteorologistas preverem uma pancada repentina de chuva e as nuvens ficarem presas fora da cidade. Ou mesmo uma rajada de vento levá-las para longe. “Mas ninguém liga quando a gente diz que vai chover e faz sol”, afirma Patricia. “O contrário é um problema.” Segundo ela, o ouvinte se irrita mais se sai sem guarda-chuva porque confiou na previsão e volta ensopado para casa.
A paulistana Patricia e o carioca André se conheceram durante o curso de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na hora de marcarem a data do casamento, estudaram a fundo o clima de Petrópolis, na região serrana do Rio, para fugir do pesadelo de quase todos os noivos que celebram a união ao ar livre: uma chuva torrencial. Deu certo. Mas quem disse que sobre um casal de meteorologistas nunca pairam cumulus nimbus (aquelas nuvens negras, de tempestade)? Para comemorarem o aniversário da filha, Gabriela, de 9 anos, no último dia 31 de maio, eles cravaram que nem uma gotinha cairia sobre a cidade de Atibaia, no interior de São Paulo. Já no fim de abril mandaram os convites. “Não costuma chover lá nessa época, e só percebemos a vinda de uma frente fria por volta do dia 17, quando era tarde demais”, afirma André. “Choveu e esfriou, mas como não havia nada a fazer nos divertimos mesmo assim.”