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Contra fechamento, alunos ocupam terceira escola em São Paulo

Escola Estadual Salvador Allende Gossens, na Zona Leste, é uma das 94 que vão fechar com a reorganização escolar promovida pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB)

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h53 - Publicado em 12 nov 2015, 16h09

Um grupo de alunos ocupou a Escola Estadual Salvador Allende Gossens, em José Bonifácio, na Zona Leste da capital paulista, no início da manhã desta quinta (12). A escola é uma das 94 que vão fechar com a reorganização escolar promovida pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). É também a terceira escola ocupada nesta semana em protesto contra a medida.

De acordo com os manifestantes, cerca de 100 alunos estão dentro da escola. Eles chegaram ao local por volta das 5h30 e impediram a entrada de professores e funcionários. Na segunda (9), estudantes ocuparam a Escola Estadual Diadema, no ABC paulista. Já na terça (10), foi a vez da Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital.

+ Governo pede reintegração de posse de escola em Pinheiros

Em nota, a Diretoria de Ensino lamentou a ocupação da Salvador Allende e informou que a Polícia Militar está no local para “garantir o controle da situação e a integridade de alunos e professores”. Segundo a diretoria, um boletim de ocorrência está sendo registrado pela direção da escola e o Conselho Tutelar foi acionado. “A diretoria reitera que considera as manifestações legítimas, desde que não desrespeitem a lei e o direito de estudar dos alunos”, declarou.

A Salvador Allende atende os ensinos fundamental 2 e médio e tem apenas 26% de sua capacidade. De acordo com a diretoria, os estudantes do ensino médio e 8º e 9º anos do fundamental serão transferidos para a Escola Estadual Professor Francisco de Assis Pires Corrêa, que fica a 1,3 quilômetro de distância.

Já os alunos do 7º ano do fundamental serão transferidos para a Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Aranha de Assis Pacheco, a 1,1 quilômetro.

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“Ambas têm capacidade para absorver toda a demanda. O prédio será disponibilizado, mas continuará servindo à educação, podendo ser utilizado como creche, escola municipal ou de ensino técnico”, afirmou a Diretoria de Ensino em nota. “Todas as providências estão sendo tomadas e a administração regional permanece à disposição para mais esclarecimentos.”

Pinheiros

A Secretaria de Educação propôs aos alunos que ocupam a escola Fernão Dias Paes para que fossem até o prédio da pasta, na Praça da República, na região central da capital, para falar com o secretário Herman Voorwald e apresentar a suas reivindicações.

A secretaria colocou um ônibus à disposição dos alunos para que fossem até a secretaria. Eles ainda vão decidir se aprovam a proposta. No entanto, os alunos já se posicionaram contrários e disseram que não sairão da escola. Eles pedem que Herman venha até a escola para conversar com eles.

Heudes Cássio Oliveira, de 18 anos, aluno do 3º ano da Fernão Dias Paes, disse que o governo não está aberto a negociar com os alunos. “O secretário nos chamou para uma reunião, mas é uma clara tentativa de nos tirar da ocupação. A todo momento ele (Voorwald) negocia nossa saída e não nossa demanda”, afirmou o estudante. “A gente é contra a reorganização escolar em todo o Estado. Se o secretário não vier até aqui, é ele quem está negando diálogo.”

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+ Governo de São Paulo anuncia fechamento de 94 escolas

Depois de dois dias de tensão, com confusão entre a Polícia Militar e alunos e manifestantes, nesta quinta-feira a situação é tranquila na frente da escola. O governo entrou com um pedido judicial para a reintegração do prédio, mas ainda não há um retorno do Judiciário.

Confusão

Na Fernão Dias, a Polícia Militar jogou spray de pimenta em duas adolescentes que protestavam. O professor de Geografia José Roberto Guido, diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o principal da rede, foi acusado de desacato e detido após confusão com a PM.

Alguns alunos negociavam com policiais a saída da escola e Guido teria dito aos policiais para que não pegassem os dados dos alunos, como nome e identidade. Nesse momento, um policial deteve o professor e o agrediu com cassetete.

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Os manifestantes correram para acudir o professor e gritavam “sem violência” para os policiais. O professor foi levado para o 14º Distrito Policial (Pinheiros).

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