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Em ação contra Aids, perfis em rede sociais pedem “sexo sem limites”

Personagens criados pelo Ministério da Saúde interagiam com usuários dos aplicativos Tinder e Hornet

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 12h48 - Publicado em 10 fev 2015, 07h22

 

Em aplicativos de encontros casuais, três rapazes e duas moças que poderiam ser modelos se apresentaram por algumas semanas como pessoas à procura de sexo sem camisinha. Em poses descontraídas, anunciavam que queriam “sexo sem frescura, sem limites”. Eram perfis falsos e faziam parte da nova estratégia do Ministério da Saúde para atingir o público jovem que adota comportamento de risco ao ter relações sem preservativo. A cada interação com “Alana”, “Nathalia” ou “Paulo”, o interessado recebia mensagem direta sobre a importância do sexo seguro: “é difícil saber quem tem HIV. Se divirta, se proteja”.

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Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou mudança no comportamento sexual do brasileiro nos últimos anos. Em 2004, um em cada cinco entrevistados disse ter tido mais de dez parceiros ao longo da vida (20%). Em 2013, essa proporção era de 43,9%. Na região sudeste, o índice chega quase à metade da população: 49,5%. Ainda que 94% reconheçam que a camisinha é a melhor forma de prevenção, 45% deixaram de usá-la em relações casuais.

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A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) foi realizada em 2013 com 12 000 pessoas de 15 a 64 anos. “Os jovens de hoje não têm mais a visão da dramaticidade que foi a epidemia de HIV na população. Além de já não terem mais a mesma dimensão, adotaram hábitos sexuais mais liberais. Temos de estender a estratégia de incentivar o sexo seguro para a prática do teste regular e o início do tratamento imediato. Porque ao zerar a carga viral, você interrompe a transmissão. Tratamento passa a ser prevenção”, disse o ministro Artur Chioro, que lançou a campanha de prevenção à Aids no Carnaval 2015, incentivando os testes rápidos, com resultado na hora.

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A estratégia do ministério é atingir o público jovem, que não se sensibiliza com campanhas tradicionais. Os perfis falsos foram criados nos aplicativos Tinder e Hornet, este voltado para o público gay. Alguns internautas responderam logo que faziam sexo sem proteção. Outros disseram que “precisavam conhecer a pessoa antes”. Diante da informação de que era uma campanha do governo, a reação foi positiva. Muitos agradeceram a dica. Outros admitiram que precisavam fazer o teste. Houve quem não acreditasse que a campanha era oficial. Houve mais de 2 000 respostas para os cinco perfis falsos, no Rio, Brasília e Salvador.

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“Precisamos chegar ao público jovem, tanto o heterossexual como o homossexual, em uma linguagem direta, que convoque jovens e adolescentes a usar camisinha, fazer o teste e, se der positivo, iniciar o tratamento. É preciso usar esta linguagem nos meios de comunicação que essa geração se utiliza, onde ela tem suas relações, forma suas convicções de vida”, afirmou Chioro.

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O técnico de enfermagem Marcos Vinícius Gomes, de 25 anos, fez nesta segunda-feira (9) o segundo teste em três meses. “Fui voluntário do Projeto Praça 11 e as pessoas muitas vezes não voltavam para buscar o resultado. Às vezes, ligávamos e pedíamos para que voltassem, sem dizer qual era o resultado. Mas mesmo assim elas não voltavam”, contou. A artista plástica Adriana Bertini, de 44, tirou uma selfie no momento em que fazia o exame. “A legenda será ‘se teste’. A melhor prevenção é a camisinha. Mas, na dúvida, faça o teste”, afirmou ela, que tem trabalho educativo com estudantes brasileiros e americanos, em que camisinhas descartadas pela indústria, por não passarem em teste de qualidade, viram peças de roupa – oitenta estão em exposição em 25 museus (Estadão Conteúdo).

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