Acampamento do MTST na Paulista pode terminar nesta quarta

Manifestantes ocupam calçadas há quase um mês e aguardam por acordo em reunião que ocorrerá em Brasília

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 mar 2017, 14h59 - Publicado em 8 mar 2017, 13h58
Acampamento OCUPA PAULISTA do MTST na Avenida Paulista Foto  (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Os cerca de 350 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST ) que estão acampados desde o dia 15 de fevereiro na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta podem deixar a região ainda nesta quarta-feira (8).

O grupo se reveza dia e noite em frente ao prédio onde está localizado o escritório da Presidência da República. Ali, foi montado um acampamento com toras de madeira e lonas.

Outros espaços, como no entorno do Conjunto Nacional, também estão cercados por barracas de camping.

O MTST protesta contra a reforma da Previdência e a paralisação nas contratações da chamada Faixa 1 do programa do Minha Casa, Minha Vida, voltada para as famílias mais pobres.

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Foto Alexandre Battibugli ()

Uma das reivindicações dos manifestantes é a realização de uma reunião com o governo federal, que está marcada para esta quarta, às 17h, no Ministério das Cidades, em Brasília.

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Caso surja um acordo para a retomada dos contratos, as barracas da Paulista serão desmontadas ainda nesta quarta.

A desmobilização ocorre após o prefeito João Doria afirmar, em entrevista à Rádio Jovem Pan, que até quinta-feira a questão estará solucionada. “Vamos tentar fazer isso sem violência, sem nenhum risco às pessoas. Mesmo aquelas que são usadas indevidamente para esse tipo de movimento”, disse.

Apesar do discurso de que poderá retirar os manifestantes usando a força, Doria enviou emissários  para negociar com o MTST e aposta em um desfecho positivo no encontro em Brasília.

“Se o acordo sair, vamos embora no mesmo momento e o prefeito não precisará fazer nada. Mas caso a resposta no encontro de Brasília seja negativa, vamos continuar acampados e resistiremos até o último segundo”, afirma uma manifestante, que pediu para não ser identificada.

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Líder do MTST, Guilherme Boulos nega qualquer tentativa de acordo com a gestão Doria, mas diz que quer o mesmo tratamento dado pela gestão municipal, no ano passado, a um acampamento em frente à Fiesp, na mesma via, que se manteve ativo por mais de três meses. “Se eles deixaram o pessoal a favor do impeachment todo aquele tempo, não faz sentido nos expulsar agora”, afirma Boulos.

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Nas últimas três semanas, para que todos pudessem almoçar e jantar, foi montado um grande aparato, com direito a fogão industrial de seis bocas.

A cada refeição, até 100 quilos de comida eram servidos não somente para os militantes, mas também para os moradores de rua que perambulam pelo pedaço.

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Na última sexta (3) à tarde, foram oferecidos arroz, feijão, batata frita e salada.

Nesta quarta (8), a feijoada foi servida a partir das 13h.

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Para usar o banheiro, os militantes procuraram shoppings e estabelecimentos no entorno, o que provocou reclamações de proprietários e funcionários. Um segurança que trabalha no Conjunto Nacional afirma ter flagrado um grupo de pessoas tomando banho de canequinha no banheiro da Livraria Cultura, instalada no prédio.

“Quando vimos, eles saíram correndo e molharam todo o corredor. Além disso, houve muita reclamação dos frequentadores, pois os militantes levaram todo o papel higiênico disponível”, queixa-se o segurança, que pediu para não ser identificado.

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