Ministério da Cultura rebate críticas de John Neschling
Secretário-executivo do Ministério da Cultura, João Brant, rebateu as críticas do maestro John Neschling – segundo as quais o projeto Alma Brasileira, que seria dedicado à obra de Villa-Lobos, não teria sido executado devido aos entraves burocráticos da pasta comandada por Juca Ferreira. “Um projeto de 5 milhões de reais não pode ser feito sem […]
Secretário-executivo do Ministério da Cultura, João Brant, rebateu as críticas do maestro John Neschling – segundo as quais o projeto Alma Brasileira, que seria dedicado à obra de Villa-Lobos, não teria sido executado devido aos entraves burocráticos da pasta comandada por Juca Ferreira.
“Um projeto de 5 milhões de reais não pode ser feito sem detalhamento. O que o maestro Neschling chama de burocracia, eu chamo de cuidado com o dinheiro público”, diz Brant. Trata-se de uma resposta ao que o diretor artístico do Teatro Municipal escreveu em sua página do Facebook: “As explicações do Ministério da Cultura de que cancelou o projeto porque as contas não eram prestadas são desculpas para sua incapacidade de encontrar um meio para pôr em prática uma política cultural séria e eficiente”.
+ Após delação premiada, Neschling será investigado por Ministério Público Estadual
A troca de acusações se dá durante as investigações de corrupção no Teatro Municipal. O projeto Alma Brasileira consumiu 1,2 milhão de reais sem sequer sair do papel. José Luiz Herencia, ex-diretor financeiro da entidade, admitiu ao Ministério Público Estadual ter desviado dinheiro dos cofres públicos. Foi o próprio Neschling quem fez denúncias sobre a conduta de Herencia. “Vivemos numa realidade sórdida em que inocentes e culpados são arrastados indiscriminadamente para a lama pela delação premiada, sem que haja por parte da imprensa e das autoridades públicas um cuidado de separar o joio do trigo”, escreveu Neschling em seu Facebook.
O Ministério da Cultura tem culpa pela não execução do Alma Brasileira?
João Brant – Dedicado ao compositor Villa-Lobos e de grande relevância artística, Alma Brasileira custaria 5 milhões de reais. Todos os projetos só podem sair do papel depois de ter aprovado o detalhamento de gastos. O Municipal tinha mandado dados referentes a 1,7 milhão, mas faltava os outros 3,3 milhões. Portanto, o que o mastro Neschling chama de burocracia eu chamo de cuidado com o dinheiro público.
+ Teatro Municipal enfrenta crise de gestão financeira
Teve alguma burocracia do Ministério, como afirma o maestro?
João Brant – É verdade que se demorou em alguns pontos, mas depois que se chegou a uma proposta de convênio o projeto era para ter ido para frente – bastava detalharem o gasto de 3,3 milhões de reais. Não temos nenhum tipo de desconfiança na história, mas faltou que todos os gastos fossem explicados. Ainda que tenha havido alguns atrasos burocráticos e que o tempo foi mais lento do que o maestro gostaria, uma vez que ficou acertado, o projeto andou no tempo correto. O único empecilho foi a negativa por parte deles de detalhar os gastos.