A façanha de “Doze Homens e Uma Sentença”, em cartaz há quase dois anos ininterruptos
Belo exemplo de espetáculo de qualidade, esforço de produção e comunicação com a plateia, o drama de tribunal “Doze Homens e Uma Sentença” estreou no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo em 19 de novembro de 2010 e praticamente não saiu mais de cena. Ficou um mês fora de cartaz – em agosto […]
Belo exemplo de espetáculo de qualidade, esforço de produção e comunicação com a plateia, o drama de tribunal “Doze Homens e Uma Sentença” estreou no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo em 19 de novembro de 2010 e praticamente não saiu mais de cena. Ficou um mês fora de cartaz – em agosto de 2011 –, logo depois de Silvio Santos fechar abruptamente o Teatro Imprensa, onde por cinco meses levou uma média de 1200 pagantes por semana. Em setembro, a peça já engatou nova temporada no Tucarena que se prolongou por onze meses, até o último 19 de agosto.
Com a reestreia na sexta (14), desta vez no Teatro Cultura Artística Itaim, a montagem dirigida por Eduardo Tolentino de Araújo atinge a façanha – raríssima hoje em dia – de 312 sessões e cerca de 100 000 espectadores em quase dois anos ininterruptos. A foto acima foi registrada no domingo passado durante a comemoração, com direito a bolo, balões e bebidinhas, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília.
O texto de Reginald Rose mostra uma dúzia de sujeitos encarregados de chegar a um veredicto. O réu foi acusado de assassinar o pai, e a decisão precisa ser unânime para executá-lo ou absolvê-lo. Todo o conflito começa quando um dos doze jurados opta pela dissonância e abala a convicção do grupo, até então decidido pela condenação.
Muitos nomes do elenco original não estão mais no palco. Afinal, não é fácil segurar doze artistas em um projeto teatral por tanto tempo hoje em dia. Alguns saíram por compromissos na televisão ou mesmo em outra produção. O veterano ator José Renato morreu em 2 de maio de 2011, poucas horas depois de deixar o palco, sendo substituído por Oswaldo Ávila. O rigor e a precisão de Tolentino, no entanto, garantem a afinação mesmo depois de tanto tempo e várias substituições. Henri Pagnoncelli, Zécarlos Machado, Riba Carlovich, Haroldo Ferrary, Ivo Muller, Brian Penido Ross, Augusto César, Oswaldo Ávila, Oswaldo Mendes, Gustavo Trestini, Ricardo Dantas, Fernando Medeiros e Adriano Bedin formam o elenco atual e garantem a força desse time campeão.
Leia crítica publicada em dezembro de 2010, logo depois da estreia.