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“Facas nas Galinhas” ou por uma vida menos vã

O público paulistano tem como referência do autor escocês David Harrower o drama “Blackbird”, dirigido por Alexandre Tenório em 2010. Ali, o realismo da narrativa sobre pedofilia era realçado na montagem. Primeiro texto de Harrower e já apresentado em 25 países, o drama “Facas nas Galinhas” (1995) chega ao Brasil em uma encenação capitaneada por […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 12h22 - Publicado em 23 jun 2012, 15h28

Thiago Andreuccetti, Cláudio Queiroz e Eloisa Elena no drama “Facas nas Galinhas”, dirigido por Francisco Medeiros (Foto: João Caldas)

O público paulistano tem como referência do autor escocês David Harrower o drama “Blackbird”, dirigido por Alexandre Tenório em 2010. Ali, o realismo da narrativa sobre pedofilia era realçado na montagem. Primeiro texto de Harrower e já apresentado em 25 países, o drama “Facas nas Galinhas” (1995) chega ao Brasil em uma encenação capitaneada por Francisco Medeiros. Além de conhecer uma faceta mais poética do cultuado dramaturgo, ainda pouco divulgado por aqui, o espectador ganha a oportunidade de verificar como é possível tratar de um tema que parecia esgotado – a submissão feminina e sua posterior libertação – com frescor, delicadeza e caráter atemporal.

Repleto de simbologias e elipses, o texto aborda a capacidade de reinvenção da vida diante de oportunidades que se apresentam. Eloisa Elena interpreta uma camponesa oprimida e subserviente ao bruto marido (papel de Cláudio Queiroz). Questionadora, ela luta por um pouco de atenção e tem a rotina alterada quando um incidente no estábulo impede o marido de sair para a lida no moinho. Para fugir do prejuízo, ela vai obedientemente em seu lugar e por lá conhece um moleiro (o ator Thiago Andreuccetti), sentindo o despertar inquietações adormecidas.

O cenário de Marco Lima montado na arena da Companhia do Feijão transforma-se em múltiplos ambientes apenas com o deslocamento de uma madeira ou o levantamento de uma das plataformas. Eloisa Elena transita entre a doçura, o inconformismo e a frieza em sutis olhares e entonações de voz. Queiroz e, principalmente, Andreuccetti apresentam-se como contrapontos à altura da protagonista. No entanto, as soluções criadas por Francisco Medeiros, como chuva de farinha ou as gotas de sangue, em meio à simplicidade da produção chamam atenção não só pela criatividade como pelo talento em fazer bom teatro com poucos recursos disponíveis e poesia de sobra.

Eloisa Elena na montagem que explora efeitos visuais, como a chuva de farinha, para reafirmar a poesia (Foto: João Caldas)

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