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“Gangue”, o bullying e os otários de amanhã

Campanhas institucionais, reportagens à exaustão e reflexões psicológicas nem tão profundas assim em muitos programas de televisão. Falar de bullying virou moda, e o teatro prestou pouca atenção no tema. Um raro caso foi a tragicomédia “Deus da Carnificina”, da francesa Yasmina Reza, que, levada às telas, deve estrear nos cinemas na quinta (7). Por […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 12h26 - Publicado em 2 jun 2012, 18h33

Paula Arruda, Pedro Guilherme, Carlos Baldim e Thaís Medeiros na comédia dramática “Gangue” (foto Maurício Pisani)

Campanhas institucionais, reportagens à exaustão e reflexões psicológicas nem tão profundas assim em muitos programas de televisão. Falar de bullying virou moda, e o teatro prestou pouca atenção no tema. Um raro caso foi a tragicomédia “Deus da Carnificina”, da francesa Yasmina Reza, que, levada às telas, deve estrear nos cinemas na quinta (7). Por isso observe a comédia dramática “Gangue”, escrita por Pedro Guilherme, atualmente em cartaz no Espaço Parlapatões. Ela é uma das gratas surpresas da temporada e reforça algo esquecido: a importância da mensagem. Principalmente se esta for direcionada aos jovens.

Durante uma viagem, o trintão Afonso (interpretado pelo autor) recorda os tempos de escola. Nessa época, ele conheceu o primeiro amor, a bela Maria Alice (personagem de Ana Tardivo), e se envolveu em inúmeras confusões – a maioria das vezes involuntariamente – por ter uma personalidade oposta a de alguns colegas. Liderados por Michelinha (papel de Paula Arruda), a chamada “gangue dos populares” ofende e humilha todos que não entram no seu jogo. Ao lado do introvertido Tarcis (o ator Carlos Baldim), Afonso usa a inteligência e a criatividade para montar uma estratégia capaz de desestabilizar os opositores e funda o “clube da personalidade”.

O texto de Pedro Guilherme é uma colcha de achados e elementos interessantes de reflexo imediato, mas a direção de Mauro Baptista Vedia foi fundamental para dar uma unidade à montagem e principalmente ao competente elenco de 10 integrantes. Todos criam tipos próximos da caricatura, sem economia, e Paula Arruda, João Vitor D’Alves e Carlos Baldim conseguem os melhores resultados.

Depois de um estreia arrebatadora em “A Festa de Abigaiu” (2007), Vedia colecionou montagens irregulares e até decepcionantes. Unido a um grupo interessado realmente em fazer teatro, no caso os atores da Cia. Provisório Definitivo, e com um texto oportuno nas mãos, o encenador, com o perdão do clichê, volta a dizer a que veio. Um detalhe: apesar da temática de profundo interesse aos jovens, o espetáculo foi qualificado como impróprio para menores de 18 anos – por mostrar duas cenas rápidas de uso de drogas e outra de insinuação sexual. A produção conseguiu baixar para 16 anos e, cabe aos pais, ter interesse em que os filhos absorvam ou não a moral dessa história: os espertos de hoje são os otários de amanhã.

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