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Small Axe traz antologia de cinco filmes que abordam racismo na Inglaterra

Disponível no Globoplay, os episódios dirigidos pelo premiado Steve McQueen retratam o preconceito durante o fim da década de 60 e o início dos anos 80

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 abr 2021, 06h00

Diretor de Shame (2011) e do premiado 12 Anos de Escravidão (2013), Steve McQueen criou uma antologia de cinco filmes, com duração entre 128 e 63 minutos, que abordam o racismo na Inglaterra entre o fim da década de 60 e o início dos anos 80. Os cinco episódios fazem parte da minissérie Small Axe, disponível no Globoplay. Confira a avaliação de cada um deles.

Vermelho, Branco e Azul >Leroy Logan, interpretado por John Boyega (foto), é biólogo e está cansado de ver seu pai, um imigrante jamaicano, ser maltratado por policiais racistas. Nos anos 80, faz um curso para ingressar na Polícia metropolitana de Londres. seu destino é patrulhar a região onde mora. Logan, então, sofre ataques dos colegas de trabalho, que não aceitam um negro na corporação, e dos vizinhos pretos, que o consideram um traidor. inspirador e pioneiro, o personagem fez história e escreveu sua trajetória num livro.

John Boyeg, sentado em um banco de madeira. Há outras pessoas sentadas em volta, usando o mesmo terno que ele
John Boyega: ator é protagonista em Vermelho, Branco e Azul (Divulgação/Divulgação)

Educação > No início dos anos 70, Kingsley (Kenyah Sandy), de 12 anos, é um fiasco nos estudos e acaba sendo vítima de chacotas dos colegas e dos professores. Alegando baixa intelectualidade, o diretor informa à sua mãe que ele será transferido para uma escola para “alunos especiais”. Mas o novo colégio é um antro de adolescentes e crianças arruaceiras e negligenciadas pelos educadores. Embora Kingsley seja um personagem fictício, a situação é verídica ao mostrar como os ingleses segregavam os filhos dos imigrantes das Índias Ocidentais. Uma história potente contada sem floreios.

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O personagem Kingsley no centro de imagem, dentro de uma sala de aula com outros colegas. Todos estão sentados e olhando para frente
Educação: filme fictício, situação verídica (Divulgação/Divulgação)

Os Nove do Mangrove > O título nacional força a barra com Os 7 de Chicago (da Netflix) e não é à toa. Trata-se aqui também de um julgamento cujo motivo foi uma manifestação/embate envolvendo civis e polícia. Em 1968, no bairro de Notting Hill, um imigrante da ilha de Trinidad abre um restaurante para a comunidade. Mas os policiais que vigiam a região não encaram a abertura do Mangrove com bons olhos, sobretudo porque os donos e os clientes são negros. Haverá, enfim, um protesto contra as agressões racistas, que terminou com nove pessoas presas e julgadas. O que se observa no tribunal é uma aula de combate ao preconceito, destrinchada em depoimentos ora desconcertantes, ora comoventes.

O protesto dos negros em 1968, carregando faixas e cartazes com palavras em protesto a opressão contra os negros
O protesto dos negros em 1968: episódio de abertura é o melhor (Divulgação/Divulgação)

Lovers Rock > É o episódio mais “difícil” por dois motivos: não há um roteiro formal como nos outros filmes e o diretor Steve McQueen quer levar o espectador pela música numa árdua, porém ardente, experiência sensorial. Ambientado em 1980, a história flagra uma das blues parties, festas que a comunidade jamaicana dava em Londres. Embalados por reggae e versões românticas do gênero musical (o lovers rock do título), casais se formam (como o da foto abaixo) e se separam num ambiente descontraído e machista. O racismo desponta rapidamente numa cena

Casal em que a mulher está sendo abraçada por trás pelo homem. Ela aponta o dedo para frente
Lovers Rock: episódio mais “difícil” da série (Divulgação/Divulgação)

Alex Wheatle > Embora seja uma história verídica, o quarto episódio de Small Axe é o mais fraco e dá a sensação de déjà-vu. O roteiro não traz muitas novidades ao seguir a trajetória de Alex Wheatle, órfão criado em lares institucionais. Adulto (e interpretado por Sheyi Cole, no centro da foto), envolveu-se com o tráfico de maconha. A recriação do fim da década de 70 é competente, com destaque para a contagiante trilha sonora. Wheatle, que virou escritor, tem uma bela história de superação, mas o filme, de apenas uma hora, apenas rascunha sua vida conturbada.

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Três pessoas, em que duas estão olhando para o lado e uma olha um pouco mais perto da direção da câmera. Elas estão com expressões neutras no rosto. A pessoa que olha um pouco mais perto da câmera é justamente a do centro.
Alex Wheatle: no centro da imagem, Sheyi Cole (Divulgação/Divulgação)

Publicado em VEJA São Paulo de 21 de abril de 2021, edição nº 2734

 

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