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Netflix e Amazon: 20 histórias reais mais surpreendentes do que a ficção

Entre os documentários estão a vida do surfista Andy Irons e a trágica trajetória de um soldado americano

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 set 2020, 13h47

Não canso de dizer: os documentários estão superando as ficções. Suas histórias são mais surpreendentes, instigantes e, por serem verdadeiras, até mais chocantes. Listei abaixo 21 histórias reais, seja de anônimos ou famosos, que são excepcionais e estão disponíveis na Netflix ou no Amazon Prime Video. Boas sessões!

Pai, Filho, Pátria > Se fosse uma ficção, muitos poderiam encarar como um registro fake, já que há tantas reviravoltas e tragédias em torno de um pai e dois filhos. O documentário começa em 2010 e mostra a volta para casa, por quinze dias, de Brian. Soldado americano em combate no Afeganistão, ele tem um emocionante reencontro com Isaac, de 12 anos, e Joey, de 8. A mãe perdeu a custódia dos meninos, sumiu do mapa e, com o pai a trabalho, eles vivem com o tio. Corta! Quatro anos depois, Brian, que teve um grave ferimento na perna, tomará uma drástica decisão. As diretoras Leslye Davis e Catrin Einhorn seguem a família até 2019. Entre momentos felizes, depressivos e amargos, despontam transformações pessoais, sempre enraizadas no conservador sentimento nacionalista de devoção ao país. Netflix.

Andy Irons – Kissed by by God > Bruce Irons fala abertamente sobre a relação turbulenta que tinha com o irmão mais velho, Andy. Nascidos no Havaí e filhos de pais separados, eles passaram por trajetórias semelhantes no surfe. Andy era melhor sobre as ondas, tanto que foi tricampeão mundial e ficou notória sua rivalidade com o astro Kelly Slater. Mas, no início da carreira, teve diagnóstico de bipolaridade e, após uma mistura de drogas com medicamentos, foi parar no hospital entre a vida e a morte. Deu a volta por cima. Além do irmão, a mãe, o pai, a esposa e surfistas que conviveram com Andy dão depoimentos. Sua trajetória de superação foi tão surpreendente quanto sua triste e solitária despedida. Amazon Prime Video.

Franca – Chaos and Creation > Diretor de videoclipes de Beyoncé, Lenny Kravitz e Lana Del Rey, Francesco Carrozzini estreou no longa-metragem fazendo um registro afetuoso em homenagem à sua mãe. Franca Sozzani foi a lendária editora-chefe da Vogue Itália, de 1988 a 2016. Comparada a Anna Wintour, da Vogue americana (e retratada no filme O Diabo Veste Prada), Franca inovou no conceito da revista. Saíram as trivialidades para entrar imagens de moda de forte impacto (e muitas vezes de cunho político e social), fotografadas por experts como Bruce Weber, Peter Lindbergh e Steven Meisel. Além do excelente registro sobre o sucesso profissional, o diretor invade a intimidade de sua mãe trazendo à tona segredos até então guardados. Netflix.

Clemência – A História de Cyntoia Brown > Cyntoia Brown foi abandonada pela mãe biológica e adotada por outra mulher. Aos 16 anos, já morando com um cafetão, entrou na prostituição e, ao aceitar um programa, matou o cliente em sua própria casa, alegando legítima defesa. Pela lei do estado do Tennessee, Cyntoia, mesmo sendo menor de idade, poderia, se condenada, pegar prisão perpétua. O diretor Daniel H. Birman seguiu essa incrível história de redenção entre 2004 e 2019. Com o passar dos anos, a garota rebelde e desbocada cedeu espaço a uma mulher determinada e estudiosa, provando que a reabilitação atrás das grades é possível. Netflix.

Square One – Michael Jackson > E os documentários sobre a (suposta) pedofilia do Rei do Pop continuam a pipocar. Desta vez, o diretor Danny Wu, com poucos recursos, tenta limpar a barra de Michael Jackson fazendo uma profunda investigação de um caso ocorrido em 1993. Naquele ano, Evan Chandler entrou na Justiça alegando que seu filho, Jordan Chandler, de 13 anos, havia sido abusado sexualmente pelo cantor, durante uma visita ao rancho Neverland. Wu entrevista pessoas por telefone e, num dos depoimentos mais acertados, uma colega de faculdade de Chandler revela detalhes do comportamento do rapaz. O realizador também traz à tona o interesse financeiro do acusador e complementa o registro com imagens de arquivo de MJ explicando o constrangimento que sofreu para tentar provar sua inocência. Amazon Prime Video.

Kelet > Em menos de uma hora, a diretora Susani Mahadura aborda o cotidiano de Kelet. Ela saiu de Manchester, na Inglaterra, para morar numa cidade da Finlândia, onde faz shows em boates. A transexual, contudo, quer seguir os passos da diva Naomi Campbell e entrar para o universo da moda. Kelet e uma amiga explicam as dificuldades de se firmar em outro país e o preconceito dos finlandeses, que só as enxergam como figuras exóticas, também por serem negras. Amazon Prime Video.

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Secreto e Proibido > Terry Donahue jogava na liga profissional de beisebol americana quando conheceu a telefonista Pat Henschel, em 1947. Foi paixão à primeira vista e o romance durou mais de sete décadas. Trata-se de uma bela história dessas mulheres que, vivendo um amor proibido à época, conseguiram disfarçar a homossexualidade e esconder o relacionamento de suas famílias. Só três anos antes do início das filmagens é que Terry contou à sua sobrinha sobre o caso. Já idosas e vivendo numa casa próxima à cidade de Chicago, elas apresentam problemas de saúde e tentam encontrar uma casa de repouso para viver. Netflix. 

Forbidden Games — The Justin Fashanu Story > Justin e John Fashanu foram deixados pela mãe num orfanato, mas conseguiram ser abrigados por uma família branca de Norwich. Para se ter uma ideia, os irmãos eram os únicos negros da cidade inglesa, em meados dos anos 70. Justin, na adolescência, se mostrou um craque com a bola e começou a fazer carreira no futebol. Virou um ídolo do esporte e chegou a ser contratado pelo Nottingham Forest por um valor até então inédito para um jogador, algo ao que hoje é pago para um Neymar ou um Messi. Ao mesmo tempo, Justin exibia um estilo de vida que não combinava com sua origem humilde. Tornou-se uma arrogante estrela-ostentação, distanciou-se do irmão e passou a frequentar boates gays. Foi aí que teve início sua derrocada. Netflix. 

Diga Quem Sou > Em 1982, Alex Lewis sofreu um acidente de moto aos 18 anos. Ficou três meses em coma e, ao se recuperar, não se lembrava de nada. Perdeu a memória e, com a ajuda de seu irmão gêmeo, foi entendendo quem era e sabendo detalhes de seu passado. A primeira parte de Diga Quem Sou é narrada sob o ponto de vista de Alex e, na sequência, o documentário ganha a ótica de Marcus Lewis, o mano que escondeu dele algo estarrecedor. O terceiro ato fica dedicado a um acerto de contas. De forma direta e objetiva, o diretor Ed Perkins reconstitui as lembranças de seus personagens de forma hipnótica, desvendando um caso chocante, ocorrido numa família da classe média alta inglesa. Netflix.

Evelyn > Orlando von Einsiedel é um dos diretores e também personagem de Evelyn, que traz à tona uma terapia conjunta incomum. Ele e os familiares decidiram refazer trilhas na Escócia e na Inglaterra, por onde caminharam com Evelyn, o irmão que se matou treze anos atrás. Nas caminhadas com outros dois irmãos, a mãe e o pai, já divorciados, o realizador encontra uma forma de exorcizar as dores de um trauma em família. Além das bucólicas paisagens, o documentário dá agilidade a uma câmera em constante movimento nas jornadas e, assim, flagra momentos de emoção genuína. Netflix. 

Minhas Famílias > Hao Wu se sentia um estranho no ninho na China, mesmo depois da abertura para o Ocidente. No início da década de 90, ele se mudou para os Estados Unidos. Assumiu sua homossexualidade, virou diretor de cinema e encontrou um parceiro, Eric. O documentário relata a “epopeia” do diretor em contar aos parentes, que sabem de sua orientação, e ao avô, extremamente conservador, que ele e o companheiro serão pais de dois bebês, gerados em barrigas de aluguel. Netflix. 

Rede de Abuso traz à tona um chocante episódio ocorrido na pequena e pacata cidade de Steubenville, no Estado de Ohio, em 2012. Menor de idade, uma garota foi à delegacia com a mãe prestar queixa de estupro. Ela estava bêbada e não se lembrava do que havia se passado na noite anterior. Foi então que as suspeitas recaíram sobre jogadores do time de futebol americano da universidade, que fizeram festas em três casas distintas. Como eles eram os queridinhos da população, a sujeira foi varrida para debaixo do tapete e a vítima (que jamais aparece no documentário), tachada de vadia. Só que a blogueira Nancy Schwartzman rastreou as redes sociais dos rapazes e encontrou, além de um vídeo revelador, trocas de mensagens de baixo calão. É a cultura do estupro sendo abordada de uma forma incisiva e marcante. Netflix.

A Gray State > Ex-militar que serviu no Iraque e no Afeganistão, David Crowley voltou aos Estados Unidos, cursou cinema e teve a ideia de fazer um filme sobre rebeldes contra uma sociedade totalitarista. Demorou dois anos só para gravar o trailer promocional. O desfecho da história, contudo, é estarrecedor e chocante. Netflix. 

One of Us > Da comunidade de judeus ultraortodoxos do Brooklyn, em Nova York, três pessoas contam como se livraram do sistema opressor. Há uma mulher que pediu o divórcio do marido, o pai de família que fugiu para a Califórnia e um rapaz disposto a ter um vida normal após se viciar em cocaína aos 16 anos. Netflix. 

Long Shot > Com apenas 40 minutos, o média-metragem dá conta de narrar uma inusitada história: a de um rapaz que foi preso injustamente e seu advogado correu atrás de imagens de segurança num estádio para provar sua inocência. Netflix. 

Strong Island > Indicado ao Oscar em 2018, o registro do diretor trans Yance Ford traz à cena a amarga, dramática, comovente e injustiçada trajetória de seu irmão, assassinado covardemente por ser negro. Netflix. 

Voyeur > O veterano e consagrado jornalista e escritor Gay Talese tenta fazer uma reportagem para desmascarar o dono de um motel que, durante anos, espionava seus hóspedes. Só que a história tomou um outro rumo. Netflix. 

Jim & Andy > Só recentemente vieram à tona as cenas de bastidores de O Mundo de Andy (Man on the Moon), cinebiografia do comediante Andy Kaufman. O documentário mostra como Jim Carrey não saía do personagem nem mesmo nos momentos de folga. Impressionante! Netflix. 

Ícaro > Vencedor do Oscar no ano passado, o documentário começa com o diretor exames para participar de uma corrida de ciclistas. Durante a preparação, contudo, ele vai descobrindo uma teia de corrupção que atinge até os russos. Netflix. 

One Child Nation > Em 1979, a China estabeleceu a política do filho único com vistas a reduzir seu crescimento populacional. A diretora Nanfu Wang, que emigrou para os Estados Unidos, onde foi mãe de um bebê, volta ao vilarejo natal para contar as tragédias de sua família e, consequentemente, os efeitos da lei sobre a população — por incrível que pareça, muitos idosos ainda são favoráveis a ela. Surgem, então, casos de abortos feitos em mulheres grávidas de oito ou nove meses, esterilização à força e em massa, recém-nascidos abandonados nas ruas, traficantes de crianças e outras atrocidades. Amazon Prime Video.

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