‘Prefeito de Paraisópólis’ arrecada meio milhão no Palácio Tangará
Parte da renda poderá ser destinada a obra social em casa brutalista abandonada no Morumbi
Um jantar para cerca de quatrocentas pessoas, realizado no Palácio Tangará, no Panamby, Zona Sul, na noite de segunda-feira (23), arrecadou 500 000 reais em prol de Paraisópolis. O evento foi realizado pelo Instituto Escola do Povo, presidido por Gilson Rodrigues, principal liderança da região, e retratado em reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO . Entre as atrações da noite, a cantora Paula Lima e os bailarinos do Ballet de Paraisópolis, que se apresentaram em Nova York na última semana.
Parte do valor arrecadado poderá ser utilizada na criação de projetos sociais em um importante imóvel sem uso nas cercanias da favela, a maior de São Paulo, com mais de 100 000 habitantes. Situada no limite do Morumbi com a comunidade, a casa-escritório do arquiteto de origem alemã Hans Broos encontra-se vazia desde a morte dele, em 2011. Os jardins (que dominam os 2 500 metros quadrados do terreno) e os painéis de concreto do bar e da lareira são obra do amigo Burle Marx. Gay e sem herdeiros, Broos sonhava que a casa abrigasse uma escola de urbanismo. Gilson soube que o imóvel estava abandonado por meio da coluna “São Paulo nas Alturas“, do redator-chefe da Vejinha, Raul Juste Lores.
“A mansão está localizada em uma rua onde morei na adolescência. A gente brincava na porta dessa casa”, afirma Gilson Rodrigues. “Podemos aproveitar o fundo [da verba] e conectar pessoas que queiram destinar recursos para lá. Muita gente de fora tem receio de entrar na comunidade e o local poderia ser o lugar perfeito para várias ações nossas.” Entre os “candidatos” a ocupantes estão o ballet e a Orquestra Filarmônica de Paraisópolis.