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Como foi adiar o “felizes para sempre” nesta quarentena

Casamentos que podem chegar a 1 milhão de reais e a movimentar mais de 200 profissionais tiveram que se reinventar

Por Guilherme Queiroz e Juliene Moretti
Atualizado em 17 abr 2020, 11h54 - Publicado em 17 abr 2020, 06h00

Agenda cheia

Acostumada a uma média de 240 casamentos por ano, a administração da Igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América, precisou fazer milagre para não deixar de fora nenhum casal no remanejamento imposto pela quarentena. “Teve uma hora que não tinha mais como colocar cerimônia neste ano”, explica o padre Michelino Roberto. Ali, onde a hora de reserva custa 4 800 reais, setenta celebrações de março, abril, maio e junho foram realocadas para até a metade de 2021. O curso de noivos, obrigatório, também sofreu mudanças. “Começamos a dar aulas por plataformas digitais. Assim como no presencial, vão durar um mês, com lives em dias como quarta, sábado e domingo.” Felipe Faria, 32, e Monise Rosa, 32, trocariam alianças lá em maio. “Eu abriria mão de tudo, menos dessa igreja. Fiquei arrasada com o adiamento”, diz a arquiteta. “O mais difícil foi conciliar a data do salão de festas”, afirma Faria, que espera que até dezembro os 400 convidados consigam aproveitar sem medo a festança na Casa Petra, em Moema.

Festa em casa

Para não sentir tanto o baque dos cancelamentos que começaram em 15 de março, a Casa Charlô colocou sua grife de gastronomia nas plataformas digitais. “Montamos em um fim de semana”, afirma Felipe Sigrist, sócio do espaço de eventos no Itaim Bibi. São até 140 encomendas por dia. “Não esperávamos o sucesso”, comemora ele, que afirma que o picadinho e o bacalhau, que custam de 130 até 510 reais, dependendo da porção, são os favoritos.

Bacalhau do Charlô (Henrique Peron/Divulgação)

Noiva online

A estilista Lethicia Bronstein também acelerou o projeto de lançar seu e-commerce com as peças de seu prêt- à-porter, já que a loja física está fechada. Houve suspensão na produção dos quinze vestidos de noiva, que exigem cuidados especiais. Enquanto isso, as suas reuniões com as clientes que vão casar a partir de outubro continuam via videoconferência. “Não era muito fã, mas tem rendido bastante e economizado tempo.” Uma de suas clientes é a cantora Gabi Luthai, que tentou enxergar vantagens no adiamento da festa no campo com Teo Teló (irmão de Michel) para 500 pessoas. “O vestido iria ficar pronto em cima da hora e eu não conseguiria mudar uns detalhezinhos.” O casal fez a cerimônia religiosa e civil em 1o de março e o festão dos sonhos, no interior paulista, tinha ficado para o dia 31. Em um vídeo para os convidados, o casal avisou da mudança de planos. Estudam o mês de agosto. “Não vou mandar reimprimir os convites porque não é sustentável e custa caro: as pessoas vão saber que a data mudou”, diz Gabi.

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A estilista Lethicia: noivas via videoconferência (Ale Gustavo/Divulgação)

Live com a psicóloga

“A afinação do casal está sendo testada. Na diversão tudo fica mais fácil… É neste momento de dificuldade que a gente conhece com quem estamos.” Essa foi a mensagem da psicóloga Pamela Magalhães, especialista em relacionamentos, em transmissão ao vivo no Instagram com Samara Costa, da S-Cards, de convites de casamento que custam a partir de 26 reais a unidade. Falaram sobre os impactos emocionais do adiamento dos eventos. Entre os clientes, 57 casais que postergaram o matrimônio. “A maioria dos convites já tinha sido entregue”, afirma Samara. Para não ser necessária a reimpressão, quem já deu os convitesaos convidados receberá uma arte on-line informando o “save the new date”. Os outros, um pequeno cartão com a correção da data, para ser acrescentado nos envelopes, explica Samara, acostumada a atender celebridades como o ex-jogador Kaká, que se casou em novembro com a modelo Carol Dias.

Cartão da S-Cards com nova data (Divulgação/Divulgação)

#Vamosflorir

Em março, o florista Andre Pedrotti tinha um carregamento de flores que seguiria para um casamento em Porto Alegre. “Como foi suspenso, distribuímos os arranjos no metrô para alegrar as pessoas no caminho.” Ele lançou a campanha #vamosflorir, para vender a produção de pequenos floricultores. Para acalmar os corações ansiosos, também enviou arranjos de festas adiadas para as noivas que tiveram as celebrações remarcadas. “Para uma delas, no dia que seria a cerimônia, mandei parte da decoração, o bufê entregou um jantar que seria servido na noite e o DJ, uma seleção de músicas que estariam no casamento.”

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Pedrotti, que doou flores (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Correria

Babi Leite e a sócia Helô Juliato organizavam sete casamentos marcados para o período da quarentena. “Na maioria dos casos, o pai foi o primeiro a ligar para entender a questão financeira, pois são eventos que já estavam pagos”, diz Babi. A solução foi correr para conseguir novas datas com toda a produção, tudo em três dias. Para quem quer se casar no médio prazo, Babi avisa: os espaços e fornecedores estarão mais concorridos do que nunca. O receio da advogada Júlia Parizotto, 26, e do economista Daniel Garavaglia, 27, era não conseguir remarcar a viagem de lua de mel para Bora Bora, de junho para agosto, sem ter de entrar na Justiça. “Bateu um pouco de pânico quando decidimos adiar a data, mas pensamos muito nos nossos avós, e essa situação de pandemia é muito maior”, diz Júlia. Que sejam felizes para sempre.

Júlia e Garavaglia, que adiaram a cerimônia (Adauto A. Araujo/Divulgação)

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 22 de abril de 2020, edição nº 2683.

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