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Por Arnaldo Cheixas
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
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Seja você mesmo na hora da paquera

Existem situações de interação interpessoal nas quais a pessoa espera resultados específicos mas sem saber quais comportamentos seus vão aumentar a chance de atingir o resultado esperado. A paquera é um exemplo. Como agir nessas situações? Sendo você mesmo ou simulando ser alguém diferente para parecer mais atraente aos olhos do outro? Imagine um cara […]

Por VEJA SP
Atualizado em 26 fev 2017, 22h55 - Publicado em 24 jan 2014, 18h15

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Existem situações de interação interpessoal nas quais a pessoa espera resultados específicos mas sem saber quais comportamentos seus vão aumentar a chance de atingir o resultado esperado. A paquera é um exemplo. Como agir nessas situações? Sendo você mesmo ou simulando ser alguém diferente para parecer mais atraente aos olhos do outro?

Imagine um cara (Felinto) interessado numa colega de trabalho (Fernanda). Ele a acha bonita e inteligente. Fernanda é expansiva e dona de uma rotina ativa, que envolve esportes, viagens e uma intensa vida social. Ela usa roupas bastante casuais, coloridas. Tudo isso deixou Felinto caidinho por ela. Ele sabe que precisa de uma oportunidade para se aproximar. Mas ele é bastante diferente dela. Ele não sai tanto, não pratica esporte nenhum, suas roupas são formais e seu lazer principal é jogar xadrez com os amigos no clube.

Acontece que a diretoria da empresa anuncia uma festa para comemorar os bons resultados do trimestre. Felinto encontrou a oportunidade de que precisava para se aproximar de Fernanda. Vai ser a primeira vez em que eles poderão ser ver fora do ambiente de trabalho. Felinto se preparou exaustivamente para essa festa. Cuidou de tudo para acertar em cheio e chamar a atenção de Fernanda. Comprou uma camiseta colorida de grife, providenciou até lentes de contato para não estar de óculos. Comprou também uma bermuda cheia de bolsos, um tênis vermelho de corrida que acabara de ser lançado e um perfume novo… francês, claro.

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No dia da festa, Fernanda estava linda em seu vestido tipo verão e com suas sandálias amarelas. Quando ela avista Felinto, sente uma certa frustração. Embora ele não soubesse, Fernanda já estava interessada em conhecê-lo melhor fazia algum tempo. Ela o achava um cara interessante… justamente por seu ar mais intelectual. Mas ao vê-lo naquelas roupas, achou que ele poderia ser diferente fora do trabalho. Enquanto conversaram… o interesse de Fernanda por Felinto só diminuiu. Ele usava gírias (que tinha acabado de aprender pesquisando na internet) e falava de baladas às quais nunca tinha ido. Depois de meia hora de conversa, Fernanda achou um pretexto para se afastar de Felinto. “Uma pena ele não ser como eu achava”, pensou consigo.

Alguém pode nos alertar que essa não é uma situação usual, pois ser você mesmo pode conduzir a insucessos também. Mas aqui cabe um ponto importante. Não conseguir o que se quer sendo você mesmo produz frustração e tristeza. Acontece que não conseguir o que se quer não sendo você mesmo produz uma frustração ainda maior… já que você passa a ter dúvidas sobre qual seria o resultado se você agisse naturalmente. Outro fator importante é a manutenção do falso-você no futuro, para o caso de a primeira situação dar certo. Você terá de se descontruir para agradar o outro. É bastante provável que essa situação não se sustente por muito tempo. E o que sobra são muitos cacos.

Para não privar nossa pequena história de um algum epílogo, vejam só que lástima Felinto acabou vivendo naquele dia. Depois de algum tempo de festa, ele viu Fernanda ficando com um carinha tímido, usando roupas formais e que ficou sozinho boa parte da festa. Puxa… E não é que o Teobaldo se deu bem?

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