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Por Arnaldo Cheixas
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
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Como lidar com a ansiedade

Saiba mais sobre o problema, que atinge quase 10% da população brasileira

Por Arnaldo Cheixas
Atualizado em 13 jul 2017, 16h56 - Publicado em 3 jul 2017, 14h21

A ansiedade é uma emoção evolutivamente selecionada que se expressa como um conjunto de respostas corporais ao ambiente, destacando-se: elevação da frequência cardíaca, hiperventilação, agitação motora, mãos frias, sudorese e aperto no peito. Esse conjunto de reações corporais determina o aumento do estado de alerta, bem como da capacidade de atenção e de reação aos estímulos imprevisíveis do ambiente.

 

A resposta ansiosa, portanto, é útil à sobrevivência. Ela só se torna um problema quando sua ocorrência é incongruente com a realidade, por exemplo, quando alguém tem a expectativa permanente de que se sairá mal em provas, fazendo com que o processo de preparação seja desnecessariamente penoso e impedindo que a pessoa distribua adequadamente o tempo de dedicação aos estudos.

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Outro exemplo consiste na ansiedade originada pela expectativa de não ter a aprovação dos outros. Essa expectativa autodepreciativa acaba por determinar um padrão de fracasso nos vínculos. Outro caso, ainda… O medo de voar tem sua base em uma ansiedade gerada pela expectativa de que um acidente ocorrerá caso a pessoa viaje de avião (o que é incongruente com a realidade, já que o avião é o mais seguro meio de transporte).

Em outras palavras, podemos dizer que a ansiedade se torna um problema quando é exagerada. Se isso acontece, significa que a pessoa está sofrendo com um dos tipos de transtornos de ansiedade: ansiedade generalizada, pânico, fobias e o mutismo seletivo. A ansiedade em si é uma resposta adaptativa e importante para a sobrevivência; quando exagerada ou sem base na realidade, torna-se patológica.

É fácil confundir ansiedade com medo, o que se vê completamente compreensível uma vez que os processos neurofisiológicos básicos são os mesmos. O componente principal da ansiedade é sua vinculação com o futuro, a expectativa de que algo ruim acontecerá. Já o medo ocorre diante da situação vista como perigosa. Você pode se sentir ansioso com a ideia de falar em público e, quando está na situação de fato, você sente medo.

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O melhor meio de enfrentar a ansiedade disfuncional é com o apoio profissional. De qualquer modo, o caminho para a superação passa por mudanças de conduta em três frentes diferentes: hábitos cotidianos (sono, alimentação, atividade física, organização, finanças etc.), enfrentamento (padrões de enfrentamento da ansiedade) e gestão da crise (técnicas de controle da resposta ansiosa).

Quase 10% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno ansioso. É o equivalente à região metropolitana de São Paulo inteira. Esta prevalência, a maior do mundo, se mostra assustadoramente alta e, como a ansiedade pode levar à depressão, é provável que o Brasil se torne também o país mais deprimido do mundo em menos de uma década.

Há tempo para evitar este cenário catastrófico. Isso depende essencialmente de políticas públicas relativas ao bem-estar da população. Podemos resumir as possibilidades de sucesso no enfrentamento dos transtornos ansiosos no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Mas, de qualquer modo, é importante que cada um de nós enfrentemos individualmente os transtornos ansiosos. A vida com ansiedade é incapacitante e compromete a felicidade. Portanto, se este é o seu caso, não adie a busca por ajuda profissional.

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