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O (bem) exótico mercado de fantasias sexuais no Japão

Esposas virtuais, cafés que oferecem personagens eróticos, entre outras excentricidades do país onde 40% dos solteiros entre 18 e 24 anos são virgens

Por Ana Carolina Soares
18 mar 2017, 19h30

No sexo, vale o famoso ditado “tem gosto para tudo”. E o Japão parece ilustrar cada vez melhor essa máxima. Nesta semana, saiu uma matéria maravilhosa no portal do jornal britânico The Sun sobre os novos hábitos sexuais dos japoneses e a consequente indústria de fantasias sexuais em expansão para atender as mais diversas demandas desse público.

A moda agora por lá é um novo tipo de clube: os solteiros pagam centenas de dólares só para bater papo com um homem ou uma mulher educado e culto. Até aí, tudo bem. Só que, no meio da conversa, esses hostess ficam derramando bebida no cliente. Tem dezenas desse tipo de points em Tóquio com essa prática (ou desperdício…).

Há também locais com brincadeirinhas que parecem ter sido idealizadas por algum produtor deprograma dominical: os homens pagam para uma mulher deslizar sobre ele em um colchão com água e sabão. Ali, todos ficam nus, mas apesar disso, a penetração é proibida.

Nos chamados “cafés”, os visitantes pagam para se aconchegar e cochilar no colo de uma estranha enquanto recebem um cafuné. Já nos “cafés de empregada”, as garçonetes servem usando trajes sexys e tratam os clientes como um mestre ou um amante.

Ao andar por Tóquio e encontrar uma máquina de Coca-Cola, preste bem atenção se é mesmo de refrigerante antes de inserir suas moedas. Tem uns dispositivos idênticos que vendem calcinhas com cheiro de usadas. Há também lojinhas que vendem uma enorme variedade de travesseiros que imitam partes íntimas do corpo feminino.

A máquina que vende calcinhas com cheiro de usadas ()

Muitos homens lá trocaram a mulher de carne e osso por uma esposa virtual.  Um holograma com uma forma feminina bem delicada (parece uma fadinha) tem a função de lembrar o esposo de fazer suas tarefas do dia, como levar o guarda-chuva ao sair, além de falar coisas agradáveis, como “você é o máximo”,”pensei em você o dia inteiro” ou até “eu te amo”. A máquina custa aproximadamente 8 200 reais.

Os animes são um sucesso por lá. As histórias em quadrinhos são muito populares no país, levando os japoneses a pagarem aproximadamente 231 reais para segurar a mão de uma mulher vestida como a personagem favorita de anime dele. Há também a versão hardcore, os filmes pornográficos em realidade virtual, que permitem uma interatividade praticamente real com a tal “musa”.

O sucesso desses desenhos é tanto que 30% das mulheres e 15% dos homens de 20 a 29 anos admitem que já se apaixonaram de verdade por um personagem de história em quadrinho ou jogos de videogame.

Almofada com formato de colo ()

Esse cenário ocorre porque no quesito “sexo tête-à-tête”, o Japão passa por uma crise. Uma pesquisa indica que mais de 40% dos solteiros de 18 a 24 anos são virgens. Esse pessoal prefere se satisfazer com fantasias a encarar um relacionamento, mesmo que casual, com uma pessoa de carne e osso.

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Para Sharon Kinsella, professora de estudos japoneses na Universidade de Manchester, a falta de sexo e envolvimento está relacionada ao declínio econômico do país. Para os japoneses parece inacessível formar uma família na situação que o país enfrenta.

“A crise tem tido um impacto sobre os relacionamentos em geral, porque os japoneses não namoram com alguém com quem eles não vão casar”, explica a professora ao jornal britânico.

Uma pesquisa realizada pela Associação Japonesa de Planejamento Familiar, feita em 2013, descobriu que 45% das mulheres entre 16 e 24 anos disseram não ter “interesse ou desprezo pelo contato sexual” e um quarto dos homens sentia o mesmo.

A pesquisa também indica que um terço dos menores de 30 anos nunca tinha namorado, enquanto um quarto dos 35 aos 39 anos nunca tiveram relações sexuais. E na falta do sexo real, dá-lhe fantasias…

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