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“Meu órgão sexual não me atrapalha em nada”, diz Luisa Marilac

Conhecida pelo bordão "e teve boatos de que eu estava numa pior", a influencer lança a biografia "Eu, Travesti"

Por Ana Carolina Soares
27 abr 2019, 17h21

Em 19 de maio, na livraria Saraiva do Pátio Paulista, a influencer Luisa Marilac lançará sua biografia, Eu, Travesti (Editora Record, 32.90 reais). O livro foi escrito com a ajuda da ativista Nana Queiroz. Nele, Marilac, que virou meme em 2010 com o vídeo em que lançou o bordão “e teve boatos que eu estava numa pior”, narra sua infância pobre em Minas Gerais, a descoberta da sexualidade e a dificuldade de ser travesti no Brasil.

(Divulgação/Veja SP)

A seguir, ela fala sobre o livro:

Por que escrever a sua biografia neste momento?

Conheci a Nana Queiroz, uma ativista maravilhosa, escrevíamos para uma revista feminista. Dali, veio a ideia.

Qual foi o capítulo mais difícil de ser escrito?

Com certeza, sobre minha infância. Precisei de dois coaches para me ajudar no processo para entrar em contato com as memórias sem sentir as dores novamente. Não conheci meu pai e minha relação com minha mãe sempre foi muito difícil. Ela nunca me deu amor. Voltei a falar com ela depois que fiquei famosa, mas não adiantou. Minha família sempre me levava para o buraco e, por isso, rompi com eles. Eles me deram prejuízo emocional e financeiro. Mas perdoei, quero estar zerada nesta encarnação para na próxima voltar numa família estruturada, que me ame. No livro, minha mãe aparece como uma espécie de vilã. Mas Nana escreve tão bem, com tanta poesia… Não quero que ela seja perseguida por hateres. Não estamos juntas, mas o que passou, passou.

Você se define como travesti. Está feliz com o seu corpo? Sente vontade de modificá-lo?

Queria fazer a cirurgia de feminilização, para ganhar traços femininos. Custa aproximadamente 50 000 reais e não tenho esse dinheiro, ainda. No mais, estou ótima. Não penso em fazer a cirurgia de redesignação sexual. Se um dia me garantissem que sentiria um orgasmo após esse processo, faria. Mas a vida já é tão difícil com prazer, imagina sem? (Risos) Sigo com o meu órgão sexual que nasci, mas me sinto mulher.

E como está a sua vida financeira? Ainda segue tomando “uns bons drinques, ignorando os boatos de que estava numa pior”?

Graças a Deus, não preciso mais me prostituir. Infelizmente, no Brasil é assim: a maioria dos travestis precisa vender o corpo porque não consegue trabalho. É a única forma de pagar seus boletos. Depois que fiquei famosa, achei que a vida estava resolvida. Mas fama não enche barriga. Depois dela, também passei pelo fundo do poço: fui despejada, levei um golpe financeiro da minha família… Mas há três anos, ganhei patrocinadores. Uma marca de roupa, uma farmácia e uma clínica estética tiveram coragem de me patrocinar. Hoje, recebo aproximadamente 6 000 reais por mês e vivo em uma casa alugada no Tatuapé, É ótimo! Sinal de que o preconceito está diminuindo.

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E como anda a vida amorosa?

Estou com 40 anos e aprendi que não preciso mais me apegar a homem para ser feliz. Chega de cafetão querendo me explorar! Se bem que meu último namorado. há dois anos, fugiu à regra. Ele era bem rico e queria me bancar. Mas não nasci para bancar nem ser bancada por ninguém, como qualquer mulher moderna, sou independente.

A seguir, relembre o vídeo que levou fama à Luisa:

 

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