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Diário de uma mulher que “pula a cerca”

“Por incrível que pareça, o casamento ficou bem melhor”, diz a usuária de um site de relacionamentos extraconjugais

Por Ana Carolina Soares
12 out 2017, 16h34

São Paulo não é apenas o maior centro econômico do Brasil, mas também a cidade recordista de casais que “pulam o muro”.  Dados do Ashley Madison, maior site de relacionamentos extraconjugais do mundo, apontam a capital paulista como o local com o maior número de inscrições do mundo este ano. Em 2017, a cada mês, mais de 100 000 brasileiros se registraram no site, realizando 40 000 conexões. Entre as cidades, São Paulo ocupa o primeiro lugar, seguida do Rio de Janeiro. Em terceiro, aparece Santiago, no Chile.

Tem outro detalhe curioso por aqui: é um dos raros locais em que as mulheres predominam no site. Em 2017, para cada homem pagante existe 1,5 mulher ativa. Para comparar, a média mundial é de uma para um.

Uma das cadastradas é Layla (nome fictício por razões óbvias): loira, bonita em um tipo mignon (1,58 metro de altura, 49 quilos e barriga chapada), 33 anos, moradora da Vila Mariana e servidora pública. Está casada há cinco anos; com namoro, contabiliza oito anos de relacionamento. No segundo semestre de 2016, ela se cadastrou no AM e tem pelo menos um encontro com amantes por semana. A seguir, Layla conta sua experiência:

Antes de marcar o encontro no motel, Layla verifica o nome real, endereço e trabalho do pretendente (Divulgação/Veja SP)

O que a levou a entrar no site de relacionamentos extraconjugais?

Para dar uma variada. Amo muito meu marido, temos um relacionamento bem convencional, não vivemos um casamento aberto. Não me vejo sem ele, mas acredito que sexo é uma coisa e amor, outra. Ele não entenderia esse conceito, acho. Certo dia, eu estava sozinha em casa, vendo um site pornô, dei de cara com o anúncio do Ashley Madison e decidi me cadastrar. Mulher não paga; então, eu não tinha nada a perder.

Como foram os primeiros contatos?

Passei dois meses só observando os perfis, sem mandar uma “piscadinha”. Nesse tempo, só recebi cantadas de gente “nada a ver”, uns caras realmente muito feios. Decidi explorar o site e “mandei piscadinhas”. Então, conheci homens interessantes e consegui meu primeiro encontro.

E como foi esse primeiro encontro?

Foi com um homem maravilhoso! Nunca na minha vida estive com alguém tão bonito: moreno, alto, executivo de uma grande empresa, andava de carrão, extremamente educado, poliglota… Na mesma semana, marcamos um “almoço executivo”, em um motel incrível perto do meu trabalho (ela não quis revelar o nome). Ele era sensacional! Mas foi só um encontro. Se saísse de novo, talvez eu me apaixonasse. Em média, saio uma vez por semana com alguém que conheci no site. Até hoje, tem sido ótimo.

Já passou por alguma roubada?

O pior encontro foi com um garoto de 20 e poucos anos. Ele era lindo, solteiro. No início, não entendi porque ele estava em um site de relacionamentos extraconjugais. Ele poderia usar o Tinder, encontrar solteiras, enfim… Quando fomos para a cama, entendi: o sexo foi um horror, ele sofria de ejaculação precoce.

Não fica com medo de ter um primeiro encontro com um desconhecido no motel?

Antes de marcar, converso bastante, checo os dados do homem: sei o nome de verdade, o número de WhatsApp, endereço, onde trabalha. Alguns até mostram fotos da família. Essa troca de dados leva mais ou menos uma semana. Só saio quando me encanto e ao me sentir segura.

Não fica com medo da esposa de um dos seus amantes pegar seus dados e ir atrás de você, falar com sua família?

Essa é a possibilidade que mais me aterroriza: uma mulher ciumenta procurar meu marido (risos). Não sei se meu amor me entenderia. Fico com frio danado na barriga quando aparece um número desconhecido no meu celular. Essa ansiedade é a pior parte.

Seu marido não desconfia?

Até hoje, ele nunca deixou transparecer nada. Tenho algumas regras: só acesso o site em algum intervalo no meu trabalho, jamais à noite, nunca na vida em casa, quando saio com meu marido ou em fim de semana. Os encontros acontecem sempre no motel perto do meu trabalho, o tal “almoço executivo”. Também tenho uma regra: nunca saio mais de três vezes com a mesma pessoa, para não me apaixonar.

Como ficou seu casamento depois do site?

Melhor. Depois de cada encontro, eu me sinto culpada. Então vem uma engrenagem curiosa: sinto que tenho me esforçado mais para agradá-lo, para realizar os desejos dele. Levo uma cervejinha para ver o jogo de futebol, vou à cozinha e preparo suas refeições prediletas, o que ele me pede na cama eu faço… Por incrível que pareça, o casamento ficou bem melhor.

E se seu marido a traísse, qual seria sua reação?

Ficaria com ciúme (risos). Se ele me trair, prefiro que não me conte. Mas iria entendê-lo, claro.

Você pretende ficar no site até o “que a morte os separe”?

Não sei. Talvez se eu tiver filhos, por exemplo, não tenha mais tempo ou disposição. Penso no presente. Agora, estou me divertindo bastante, vivo feliz com meu marido… Então, por que não?

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